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Copom: ajuste de 0,5 ponto percentual se deve a ambiente de incerteza

em Economia
terça-feira, 21 de junho de 2022

O Comitê de Política Monetária (Copom) avaliou que, apesar de “bastante intenso e tempestivo”, o atual ciclo de aperto monetário foi necessário, por causa da defasagem da política monetária. “Mas ainda não se observa grande parte do efeito contracionista esperado, bem como seu impacto sobre a inflação corrente”. É o que diz a ata da última reunião do comitê, divulgada ontem (21), em Brasília.

Na semana passada, por unanimidade, o Copom elevou os juros básicos da economia – a taxa Selic, de 12,75% para 13,25% ao ano. A taxa Selic está no maior nível desde janeiro de 2017, quando atingiu 13,75% ao ano. Este foi o 11ª reajuste consecutivo. Apesar da alta, o BC reduziu o ritmo do aperto monetário. A Selic é o principal instrumento do BC para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo IPCA. Em maio, o indicador fechou em 11,73% no acumulado de 12 meses, no maior nível para o mês desde 2015.

Apesar da queda no preço da energia elétrica, por causa do fim das bandeiras tarifárias, a inflação continua pressionada pelos combustíveis. O valor está bem acima do teto da meta fixada em 3,5%, para 2022, com margem de tolerância de 1,5 ponto percentual. O IPCA, portanto, não podia superar 5% neste ano nem ficar abaixo de 2%.

Na avaliação do comitê, o novo ajuste de 0,5 ponto percentual foi o apropriado “frente a um ambiente de elevada incerteza e o estágio significativamente contracionista da política monetária, que, considerando suas defasagens, deve impactar a economia mais fortemente a partir do segundo semestre deste ano”.
Para a próxima reunião, o comitê prevê um novo ajuste, “de igual ou menor magnitude”.

O órgão acrescenta que a política monetária poderá ser ajustada, se necessário, visando assegurar a convergência da inflação para suas metas, mas que isso dependerá da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções. O Copom destacou, entre expectativas e riscos de alta inflacionária, a maior persistência das pressões inflacionárias globais; a incerteza sobre o futuro do arcabouço fiscal do país; e políticas fiscais que impliquem na sustentação da demanda agregada (Abr).