Maurício Rodrigues (*)
O mercado financeiro brasileiro tem mudado rapidamente e um dos agentes dessa mudança são as fintechs, empresas de tecnologia que atuam no setor.
Mas, para serem taxadas de tecnológicas e verdadeiramente inovadoras, as marcas devem utilizar seus recursos para mudar o comportamento humano e, com isso, revolucionar o mercado. Segundo a Distrito, hoje, as fintechs de crédito são divididas em cinco categorias de crédito: oferta direta, marketplace, antecipação de recebíveis, P2P e consórcios.
Algumas delas têm seu próprio Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC), que é a fonte de financiamento do crédito que a empresa oferece de forma 100% digital. Mas, de que forma as fintechs podem beneficiar as pequenas e médias empresas?
Uma das inúmeras possibilidades, por exemplo, está no incentivo à modalidade de antecipação de recebíveis, uma estratégia que beneficia as PME’s, pois buscam fugir de juros abusivos ou negativas dos bancos tradicionais. O principal benefício dessa modalidade de crédito é a fuga do endividamento, pois a empresa recebe de forma antecipada valores previstos para serem recebidos no futuro.
Porém, esse tipo de crédito ainda gera muitas dúvidas. Enquanto isso, as modalidades e empresas que fornecem crédito de forma tradicional, ainda hoje, em 2021, estão concentradas em cinco grandes bancos, que detêm 80% dos ativos comerciais financeiros.
O crédito empresarial, concedido por esses gigantes, na maioria das vezes atua dentro da estrutura negocial utilizada pelas grandes instituições, por FIDCs, securitizadoras ou factorings. Assim, atuando na escassez de capital, essas instituições oferecem linhas com taxas e tarifas mais elevadas.
Outros benefícios que as fintechs levam para as PME’s incluem ainda mais transparência às operações financeiras: os processos inovadores tendem a ser mais claros, afinal, as informações ficam cada vez mais organizadas no digital, disponíveis e acessíveis às pessoas. E a gestão de tempo dos empresários também é um grande diferencial dessas marcas.
Isso porque, ao usar processos mais práticos e transparentes, operações financeiras que são rotineiras e cotidianas deixam de ocupar tanto espaço na agenda dos empreendedores. Com isso, eles tendem a usar esse tempo para atividades mais estratégicas em seus negócios. Por último, a entrega de crédito com taxas menores ofertada pelas fintechs cria uma relação de confiança com as empresas.
Assim, elas saem mais fortalecidas para que prosperem. Com um mindset ao apontar que, com empresas, de preferência, mais sustentáveis lucrando, a chance de ter um país melhor aumenta significativamente. E esse caminho envolve uma parceria duradoura entre as fintechs e as PME’s, principalmente na crise do pós-pandemia em 2021.
(*) – Atuou como CFO em empresas nacionais e multinacionais e atualmente é Founder e CEO da Openbox.ai, fintech de crédito empresarial que busca fomentar empresas com ações sustentáveis.