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Com a intenção de consumo em queda, famílias de menor renda são prejudicadas

em Economia
terça-feira, 23 de julho de 2024

Os lares paulistanos continuaram menos propensos às compras no mês de junho, especialmente as de baixa renda. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que mede a tendência de consumir no curto e no médio prazos, na cidade de São Paulo, caiu 1,7% — ao passar de 109,3 pontos, em maio, para 107,4 pontos, em junho. No entanto, na comparação anual, o resultado ainda é positivo, visto que cresceu 7%. Na visão da FecomercioSP, a queda na intenção de consumo das famílias paulistanas foi motivada, principalmente, pelas incertezas econômicas.

O IPCA subiu 0,45%, em relação ao mês anterior, e já acumula alta de 3,93% nos últimos 12 meses. Essa alta exerce forte influência no orçamento doméstico, em especial entre os lares que recebem até dez salários mínimos. Prova disso é que houve uma queda de 1,7% na intenção de consumo, passando de 106,8 pontos, em maio, para 104,9 pontos, em junho, o menor patamar desde agosto do ano passado. Para as famílias que recebem acima de dez salários mínimos também houve recuo, mas em menor proporção, passando de 116,5 para 114,7 pontos, queda de 1,6%.

Dos sete indicadores que compõem o ICF, seis registraram queda. A perspectiva profissional foi a que apresentou o maior recuo (4,5%), passando de 115,7 pontos, em maio, para 110,6 pontos, em junho. O cenário laboral como um todo tem gerado apreensão entre os trabalhadores, também motivado pelas incertezas econômicas. A insegurança quanto ao futuro profissional impacta negativamente outros indicadores, como perspectiva de consumo (3,9%), nível de consumo atual (1,8%), emprego atual (1,2%), acesso ao crédito (2,9%) e momento para duráveis (0,7%).

Este último alcançou 79,8 pontos, indicando que os consumidores estão mais pessimistas a consumir produtos de alto valor agregado. Por outro lado, o indicador renda atual foi o único a registrar alta (2,3%) no mês de junho, ainda influenciado pelos bons resultados do emprego. O dinheiro no bolso das famílias paulistanas tem impulsionado mais o consumo em setores como serviços e bens de consumo rápido, em comparação ao ano passado. Nos últimos 12 meses, o crescimento foi de 11,4%.

Apesar da queda observada nos últimos quatro meses, o ICF segue acima dos 100 pontos, o que ainda demonstra uma satisfação em relação às intenções de consumo. No entanto, na análise da FecomercioSP, de maneira geral, os paulistanos estão menos otimistas quanto ao momento atual e ao futuro, com incertezas profissionais, dificuldade de acesso ao crédito e impacto negativo na decisão de comprar bens duráveis, que dependem de variáveis como emprego, renda e crédito (AI/FecomercioSP).