Com o maior avanço mensal nas vendas no varejo desde o início da série histórica (2000) em abril, divulgada pelo IBGE, a Confederação Nacional do Comércio (CNC) revisou para 3,9% a previsão de crescimento do consumo no setor para 2021. A previsão anterior era de 3,3%. De acordo com o presidente da CNC, José Roberto Tadros, a forte recuperação do setor em abril, em relação a março, se deve a dois principais fatores: o impacto da nova rodada do auxílio emergencial e o aumento da circulação de consumidores.
“Esse resultado anima ao mostrar que a recuperação pode ser mais rápida do que esperamos. O auxílio é sempre uma forma de estímulo ao consumo e, ao mesmo tempo, o varejo ainda é muito dependente da compra presencial, por isso temos repetido sobre a importância da imunização coletiva para a retomada econômica”, avalia Tadros. Segundo acompanhamento do Google Mobility, embora a circulação de consumidores ainda não tenha se normalizado, houve aumento de 8,4% na presença de consumidores em áreas comerciais em abril, em relação a março.
Levantamento feito com a ferramenta mostra ainda que o pior mês do varejo brasileiro (abril de 2020) coincidiu com a queda da circulação de consumidores em áreas comerciais. O economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, explica que vai ser determinante observar o comportamento do segundo semestre do setor, mas que a previsão, se confirmada, representaria uma guinada positiva para o comércio, consolidando sua melhor fase desde 2013, quando registrou um avanço anual de 4,3%.
“As vendas no mês voltaram a se situar acima do nível pré-pandemia, mas ainda predominantemente impulsionadas por segmentos considerados essenciais ou que passaram a ser mais demandados por conta da mudança dos hábitos da população”, aponta Bentes, lembrando que o desempenho econômico vai depender diretamente da contínua evolução da circulação de pessoas (Gecom/CNC).