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CNC projeta aumento de 0,8% nas vendas no varejo em 2023

em Economia
quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

A Confederação Nacional do Comércio (CNC) projeta um cenário de estabilidade nas vendas em 2023, com alta de 0,8%. A estimativa comedida baseia-se em um contexto em que a taxa básica de juros da economia só deve recuar a partir da sexta reunião do Cpom, que ocorrerá em setembro. Mesmo com esse recuo esperado, a taxa Selic deverá encerrar em patamar elevado, de 12,25% ao ano.

Soma-se a isso a expectativa de que o IPCA de 2023 tenha alta de 5,4%, acima do teto do regime de metas de inflação para o ano, que é de alta de 4,75% em relação a 2022. Ainda, a perspectiva de crescimento da economia abaixo de 1% deve manter o ritmo de geração de emprego sem aceleração. “O panorama revela um 2023 desafiador para o varejo brasileiro, que deve enfrentar ainda momentos de turbulência nos primeiros meses do ano”, aponta o presidente da CNC, José Roberto Tadros.

Os juros elevados, o aumento da inflação e o mercado de trabalho estabilizado são responsáveis pela primeira queda depois de três altas mensais consecutivas do volume de vendas do varejo. Segundo a pesquisa do IBGE, o recuo foi de 0,6% no mês de novembro em relação a outubro do ano passado, ligeiramente abaixo da expectativa da CNC, que projetava queda de 0,4%. No comparativo com novembro de 2021, houve avanço de 1,5% – a quarta alta consecutiva nessa base comparativa.

Conforme o economista da CNC responsável pela análise, Fabio Bentes, a queda das vendas do varejo está relacionada ao aumento de preços após a sequência de deflações observada ao longo do terceiro trimestre do ano passado. O índice geral de preços, medido pelo IPCA, voltou a registrar alta, de 0,41%, em novembro, após avanço de 0,59% em outubro. Os grupos de vestuário e transportes foram os principais responsáveis pela alta dos preços de novembro, com aumento de 1,1% e 0,83%, respectivamente.

“O aperto monetário no varejo se fez sentir ao longo de todo o ano de 2022 e, apesar do tímido crescimento, o volume de vendas no acumulado de 12 meses ainda se mantinha no campo positivo ao final do primeiro quadrimestre do ano passado, em alta de 0,7%, mas despencou para uma queda de 1,8% em julho”, analisa Fabio. A perda de fôlego nas contratações, que é a principal origem da geração de recursos destinados ao consumo, também tem contribuído para a desaceleração das vendas nos últimos meses.

Fonte: Gecom/CNC.