O Banco Central (BC) espera por uma retração menor da economia brasileira neste ano e inflação mais elevada em relação à expectativa anterior. Em 2021, a inflação será menor e a economia voltará a crescer, segundo projeções divulgadas ontem (17) no Relatório de Inflação. A estimativa para a queda do PIB neste ano foi revisada de 5%, em setembro, para 4,4%.
A incerteza sobre o ritmo de crescimento em 2021 segue “acima do usual” e depende do “arrefecimento gradual” da crise gerada pela pandemia, de ajuste fiscal e da continuidade das reformas. Com isso, o BC reduziu a previsão de crescimento do PIB, no próximo ano, de 3,9% para 3,8%. Sobre a economia mundial, o BC avalia que o aumento de casos de covid-19 leva a novas medidas de isolamento social, o que reduz a atividade econômica, mas com efeito esperado apenas no curto prazo. O BC ajustou a previsão de inflação, calculada pelo IPCA, de 2,1% para 4,3%, em 2020.
Para o próximo ano, a estimativa passou de 2,9% para 3,4%. Para o BC, a inflação permanecerá em 3,4% em 2022 e cairá para 3,3% em 2023. “A inflação ao longo do ano tem refletido basicamente o forte movimento de atividade econômica, em conjunto com pressões de custos decorrentes do aumento dos preços de commodities e de taxa de câmbio em níveis persistentemente mais elevados”. No relatório, a instituição acrescenta que “pressões localizadas em alguns produtos também têm contribuído, como nos casos da carne, do arroz e da soja”.
A projeção de déficit em transações correntes, que são as compras e vendas de mercadorias e serviços e transferências de renda do Brasil com outros países, foi reduzida em 2020 para US$ 7 bilhões (0,5% do PIB), refletindo “o desempenho favorável das exportações. “Essa melhora foi em parte compensada pelo aumento nas importações e pelo maior déficit na conta de renda primária [lucros e dividendos, pagamentos de juros e salários]”. A previsão anterior era de saldo negativo de US$ 10 bilhões neste ano (ABr).