Todos conhecemos a famosa pirâmide de Maslow, concebida por Abraham Maslow na década de 1940, uma teoria psicológica que classifica as necessidades humanas em cinco níveis hierárquicos. Ela foi amplamente adotada pelas empresas como um guia para entender e promover o engajamento dos colaboradores, focando inicialmente nas necessidades básicas, como alimentação e segurança, até as necessidades mais elevadas, como autorrealização. Contudo, diante das mudanças sociais, tecnológicas e culturais pelas quais estamos passando, será que as empresas ainda enxergam a pirâmide de Maslow como uma fonte de inspiração válida?
Com o advento dos 7 níveis de consciência propostos por Richard Barrett, a abordagem tradicional inspirada por Maslow começa a ser questionada. Barrett amplia a visão, relacionando os níveis de consciência com as necessidades humanas e propondo uma abordagem mais holística. Essa mudança transforma a relação das empresas com seus colaboradores, destacando a importância do ambiente de trabalho na promoção de valores como confiança, colaboração e inovação.
No contexto atual, observamos uma sociedade cada vez mais conectada e engajada em questões sociais. As empresas, antes focadas principalmente nas necessidades individuais de seus colaboradores, agora têm a oportunidade de se tornarem agentes de transformação social, porta-vozes de valores e crenças, veículos que dão vazão a visão de mundo de seus clientes e colaboradores. A capacidade de uma empresa contribuir para a realização de objetivos e metas através de uma conexão mais profunda com a comunidade não apenas fortalece os laços sociais, mas também agrega valor à marca.
Diante desse cenário, surge a reflexão sobre como as empresas estão se tornando plataformas para a realização individual por meio do coletivo. Empresas com colaboradores mais engajados não apenas fomentam um ambiente propício para a autorrealização, mas também proporcionam espaço para iniciativas que transcendem os limites organizacionais. Essa interconexão de valores entre indivíduo e sociedade não apenas potencializa a marca, seus produtos e serviços, mas também cria um impacto positivo que reverbera além dos muros corporativos.
Em síntese, a pirâmide de Maslow, embora tenha sido uma ferramenta valiosa para compreender as necessidades humanas, pode estar dando lugar a abordagens mais holísticas, como os níveis de consciência de Barrett. As empresas, ao reconhecerem a importância de uma relação mais profunda com seus colaboradores e comunidades, têm a oportunidade não apenas de promover o engajamento individual, mas também de se tornarem agentes de mudança positiva na sociedade. Nesse contexto, a realização pessoal é impulsionada pelo coletivo, e o valor de uma marca se expande para além do sucesso financeiro, alcançando uma relevância significativa na construção de um futuro mais sustentável e humano.
Se você tem uma empresa, cabe a você pensar como sua corporação está lidando com esses aspectos mais amplos e holísticos do engajamento da nossa sociedade atual. E se você colabora com uma empresa, nesse caso cabe a você fazer essa análise sobre como a empresa com a qual você coopera oferece esse espaço de identificação e engajamento para que você, como individuo, possa contribuir com a sociedade através da força do seu engajamento pelo trabalho.
Com graduação em Arquitetura e Urbanismo, pós graduação em Administração, MBA em Empreendedorismo e Inovação, e Master in Digital Marketing, Carol Olival tem um perfil multidisciplinar e transita com segurança pelos mercados de educação, marketing, vendas e treinamento. Carol operou escolas próprias de inglês por 10 anos, e hoje é Community Outreach Director da Full Sail University, responsável pela criação e manutenção de comunidades internacionais para a universidade através da divulgação das imensas possibilidades que as carreiras na economia criativa oferecem.