O ministro da Ciência e Tecnologia, Celso Pansera, disse ontem (30) que o governo buscará a autorização para venda e legalização da fosfoetanolamina como suplemento alimentar, “para tirar a substância do mercado paralelo.
Que ganhe as prateleiras das farmácias e lojas especializadas”, afirmou sobre a substância que ficou conhecida popularmente como a “pílula do câncer”. “Se a substância vier a ser suplemento, ela não substitui nenhum tratamento médico e medicamentos já com eficácia comprovada contra a doença”, ressaltou o ministro.
Essa recomendação será feita porque o composto produzido pela USP não é tóxico. Ele afirmou que, como há demanda da população pela legalização da substância, o melhor caminho é autorizar sua venda como suplemento alimentar até que se concluam as pesquisas que investigam sua eficácia contra o câncer. “As pessoas estão consumindo essa pílula, não sei de onde, não sei como, e isso está mitificando a substância. Existem defesas apaixonadas contra e a favor. Existe lei aprovada. O nosso objetivo é jogar a luz da ciência sobre o fato”, disse.
A Sociedade Brasileira de Cancerologia se manifestou, em nota, dizendo que não apoia a legalidade da chamada pílula do câncer. Pansera explicou que a Anvisa tem um processo específico de liberação de suplementos alimentares e, caso seja legalizada a utilização da fosfoetanolamina dessa forma, o ministério irá procurar o laboratório habilitado pelo governo de São Paulo para produzir a pílula. Se não houver interesse desse laboratório, o ministro disse que algum instituto público de pesquisa poderá escalonar a produção, até que o mercado se ajuste à demanda (ABr).