Alina Vandenbergue tem uma história profissional digna de filme. Foi da Romênia para Nova York, em 2007, para buscar oportunidades na área da tecnologia, e após dois anos foi uma das selecionadas para desenvolver um aplicativo específico para o até então inédito iPad, que seria lançado em 2010.
Recebendo feedbacks diretamente de Steve Jobs, Alina viu sua carreira deslanchar na sequência e, em 2016, lançou a Chili Piper, plataforma de inbound B2B para equipe de vendas, que já atingiu o marco de mais de 15 milhões de dólares de faturamento, por ano, e mais de 180 funcionários globalmente.
Alina é um case de sucesso. Porém, para mulheres no mercado de trabalho de tecnologia, os números ainda têm muito a melhorar. Até o fim de 2022 elas representarão quase 33% da força de trabalho na indústria de tecnologia em âmbito global, pouco mais de 2 pontos percentuais acima em relação a 2019 (Deloitte Global).
Em toda a América Latina, apenas 45% das mulheres da região se dedicam à tecnologia e, especificamente, na Argentina, apenas 24%. No Brasil, apesar de as mulheres representarem quase metade dos trabalhadores formais (45%), no mercado de tecnologia elas não chegam a um terço – são apenas 26%, sendo a diferença salarial para homens na tecnologia, de 23,4%.
É fundamental que as empresas de tecnologia melhorem esses números. Em busca de contribuir com o aumento da participação das mulheres no mercado de tecnologia, a Chili Piper tem como um de seus pilares o apoio ao talento das mulheres e ao crescimento de suas carreiras. 50% de sua equipe de liderança é formada por mulheres e a empresa tem paridade salarial plena, independentemente do sexo.
“As mulheres contribuem para o sucesso da sua empresa. Aliás, empresas com mais mulheres em cargos executivos geram desempenho mais alto e melhor, quase 50% a mais do que empresas com menos mulheres, segundo dados da McKinsey e da IBM. Além disso, as que se concentram na inclusão de gênero obtêm benefícios como maior crescimento de receita e maior satisfação do cliente”, diz Alina Vandenberghe, co-fundadora da Chili Piper.
Confira algumas dicas para incentivar as mulheres a desenvolverem carreiras relacionadas à tecnologia:
- – Ajude a criar conexões com outras especialistas em tecnologia. É importante que as mulheres procurem se relacionar, conhecer e aprender com outros especialistas do setor o máximo que puderem. Ter tutores ou mentores reconhecidos pode facilitar sua transição para o mundo da tecnologia. Por isso, ajude as profissionais a se conectarem e aumentarem suas redes de contato.
- – Reconheça a capacidade das mulheres – Globalmente, existem fatores que desencorajam as mulheres a seguir essas carreiras, principalmente devido aos estereótipos de gênero dentro e fora do ecossistema tecnológico. Para contrariar isso, é fundamental que as famílias, empresas e professores incentivem as mulheres a conhecer o grande potencial de se dedicarem a essa indústria e criarem oportunidades reais para elas.
Para melhorar a situação, é importante reconhecer o trabalho das mulheres que conseguiram se posicionar como líderes nesse campo e demonstrar que é possível fazer a diferença, por meio de premiações, reconhecimentos, divulgação de trabalhos e outros.
- – Mostre que a tecnologia é oportunidade de trabalho e boa condição econômica como opção de carreira – Após o início da pandemia, o crescimento tecnológico empoderou carreiras que podem beneficiar as mulheres econômica e laboriosamente. Mesmo em 2022, há uma grande falta de conhecimento sobre oportunidades de carreira e o que significa trabalhar nas carreiras STEM (sigla em inglês para carreiras de ciência, tecnologia, engenharia e matemática), bem como as habilidades necessárias.
Por exemplo, a tecnologia é uma área de alta demanda globalmente e os salários são, em média, 33% mais altos do que em outras disciplinas. Esta é uma oportunidade de carreira para as mulheres alcançarem um salário competitivo no mercado.
- – Apoie a próxima geração de mulheres na tecnologia – Há muito trabalho a ser feito. O número médio de mulheres que deixam a indústria de tecnologia é maior do que o de homens. Para abrir o caminho para as novas gerações, é essencial proporcionar às meninas oportunidades de usar a tecnologia de forma prática na escola e, assim, cultivar o interesse por essas carreiras.
Com esse apoio, habilidades como resolução de problemas, pesquisa, análise e comunicação, habilidades altamente exigidas, serão fortalecidas. A Chili Piper demonstra que a inclusão de mulheres no ecossistema tecnológico é cada vez maior e gera benefícios diretos para as empresas, que vão desde a inovação até o aumento dos lucros. Para se juntar ao movimento de mais mulheres na tecnologia, há vagas abertas na área de carreiras no site: (https://www.glassdoor.com.br/).