351 views 5 mins

Último Bitcoin só poderá ser extraído em 2040? Entenda

em Destaques
segunda-feira, 26 de fevereiro de 2024

Rebecca Goulart (*)

Após um ano de 2022 com oscilações, dados do índice Nadasq mostram que o bitcoin sofreu uma valorização de mais de 100% em 2023. De acordo com gráficos como o do Google, em dezembro do ano passado a moeda estava cotada em pouco mais de R$ 204 mil, mais que o dobro do que era registrado no final de 2022.

Atualmente a criptomoeda está cotada em R$ 258,463.02, com um cenário favorável para crescimento em 2024. No entanto, apesar do aumento no seu valor de mercado, vale a pena lembrar de um detalhe: o último bitcoin só será minerado em 2040. Essa revelação lança luz sobre o protocolo de emissão controlada, que garante a escassez da moeda digital mais famosa do mundo.

A trajetória para a mineração do último Bitcoin é marcada por um fenômeno conhecido como halving, que reduz pela metade a recompensa dos moradores a cada 210.000 blocos, ocorrendo aproximadamente a cada quatro anos. Enquanto a criptomoeda continua a se valorizar, a revelação de que a última unidade só será extraída daqui a 17 anos adiciona uma camada de complexidade e escassez ao seu valor percebido.

O último Bitcoin só será minerado em 2040 devido ao protocolo de emissão controlada da criptomoeda. O sistema foi projetado para limitar a oferta total de Bitcoins a 21 milhões de unidades. O protocolo do Bitcoin é concebido para regular seu suprimento de forma deflacionária, conferindo-lhe valor crescente com o tempo. Essa característica é um dos principais impulsionadores por trás da ascensão do Bitcoin como uma reserva de valor digital.

Ao reduzir as recompensas da mineração, o protocolo visa equilibrar a oferta e a demanda. Isso impulsiona a escassez artificial, um componente essencial que confere valor ao ativo digital, consolidando sua posição como uma forma de dinheiro digital confiável e duradoura.
Impacto da redução da recompensa na oferta total de Bitcoin.

A redução da recompensa tem um impacto direto na oferta total de Bitcoins, uma vez que diminui a taxa de criação de novas moedas. Com o tempo, a oferta de novos bitcoins entrando em circulação diminui, tornando o Bitcoin cada vez mais escasso. Comparando reduções na recompensa de mineração entre bitcoin e outras criptomoedas.

O “halving” do Bitcoin é único em sua natureza e impacto devido à sua significativa base de usuários e à posição que ocupa no mercado de criptomoedas. No entanto, outras criptomoedas também implementam mecanismos semelhantes para controlar sua oferta. Um exemplo é o Litecoin, uma das criptomoedas mais antigas e reconhecidas, que adota um sistema de halving quase idêntico ao do Bitcoin. A cada 840.000 blocos minerados, o Litecoin reduz suas recompensas pela metade.

Esses eventos desempenham um papel importante na determinação do valor e na dinâmica do mercado de criptomoedas, impactando a confiança dos investidores e a percepção do valor intrínseco das moedas digitais. A redução das recompensas pode ter um impacto significativo na distribuição do poder de mineração dentro da rede blockchain. Este fenômeno ocorre porque os mineradores menos eficientes podem se tornar menos lucrativos, levando alguns deles a abandonar a rede.

Essa redução na rentabilidade para os mineradores menos eficientes pode levar a uma concentração maior de poder de mineração nas mãos dos participantes mais competitivos e bem financiados. Como resultado, a distribuição do poder de mineração pode se tornar mais centralizada, com menos entidades controlando uma proporção significativa da capacidade de processamento da rede.

Apesar das mudanças, a segurança da blockchain geralmente não é comprometida devido à persistência dos mineradores mais dedicados e com recursos que continuam a operar na rede, validando transações e criando novos blocos, pois acreditam na longevidade e na importância do sistema blockchain.

Embora a distribuição de poder de mineração possa mudar em resposta às alterações nas recompensas, a resiliência e a segurança da blockchain são mantidas. Assim, apesar das flutuações na distribuição do poder de mineração, a estrutura fundamental da blockchain permanece robusta e confiável.

(*) – É Jornalista e Assessora de Imprensa da Search One Digital (https://searchonedigital.com.br).