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Sua empresa está preparada e tem o necessário para tomar crédito no mercado?

em Destaques
segunda-feira, 24 de outubro de 2022

Adilson Seixas (*)

Dentro do movimento de retomada das atividades econômicas no ambiente de negócios brasileiro, muitas empresas buscam no crédito uma rota para o fortalecimento de suas operações diante do aumento das demandas de consumo e, também, para investirem em diferenciação por meio da implementação de novas tecnologias, diversificação do portfólio de produtos e serviços ou mesmo para processos de expansão e contratação de mão de obra.

Não por acaso, de acordo com o relatório do Banco Central (BC) divulgado no fim de abril com estatísticas monetárias e relativas ao segmento creditício, o crédito ampliado a empresas atingiu R$4,6 trilhões (51,7% do PIB), índice que representa um avanço de 7,8% em relação ao mesmo período de 2021. Estamos vendo que os empréstimos às empresas realmente têm se expandido em 2022, mas é essencial destacar que a inadimplência das companhias em operações financeiras também cresceu nos últimos meses.

É o que demonstra o Indicador de Recuperação de Crédito da Serasa Experian, segundo o qual, o percentual de negócios com dívidas pagas em até 60 dias após a negativação foi de apenas 34,4%, menor índice desde dezembro de 2019. Dado esse cenário atual, sua empresa, de fato, está pronta para buscar uma linha de crédito satisfatória para a realidade do seu negócio?

Nesse sentido, mais do que o interesse em aderir a uma linha de crédito de qualidade, o fundamental é avaliar o potencial de sua empresa para a conquista (e quitação) desse capital tomado de terceiros (bancos, fintechs e outras instituições financeiras). Dito isso, para ser acurada, essa análise e o respectivo desenho de sua jornada de crédito deve-se levar em conta pelo menos 5 fatores principais. São eles, confira:

  1. – Planejamento e organização financeira – Como toda iniciativa importante para a realidade de um negócio, a tomada de crédito empresarial precisa ser planejada. Ademais, a empresa não deve encarar o crédito de modo imediatista, buscando uma linha de empréstimo somente em caráter de urgência ou com o caixa excessivamente fragilizado.

Ao se colocar nessa condição, além de ter as chances reduzidas para a conquista de um crédito de qualidade, a empresa corre o risco de perder de vez os trilhos de seu equilíbrio financeiro, entrando para a estatística da inadimplência.

Em contrapartida, ao atuar com visão estratégica e de longo prazo, a empresa pode, inclusive, negociar linhas pré-aprovadas para implementar projetos mais robustos de expansão ou acessar o crédito conforme o objetivo do negócio.

  1. – Qualidade das garantias – Para conquistar crédito de qualidade, também é indispensável oferecer garantias confiáveis para as instituições financeiras. E aqui a regra é bem objetiva, quanto maior for a liquidez da garantia (rapidez com a qual um bem ou ativo pode ser convertido em capital), melhor a possibilidade de acesso a linhas de crédito empresarial de boa qualidade.

Em outras palavras: as garantias são um trunfo de negociação decisivo junto aos bancos e demais instituições financeiras.

  1. – Capacidade de pagamento – Naturalmente, a empresa precisará avaliar sua capacidade de pagamento diante das condições oferecidas pelo banco. Lembre-se sempre: mais vale um prazo flexível com parcelas que cabem no bolso, do que uma linha de crédito que, no longo prazo, pode se tornar inviável para a realidade financeira da empresa.
  2. Visão de futuro – O empresário precisa entender também qual o seu objetivo com o crédito. Traçando um planejamento guiado por uma visão de longo prazo, o crédito deixa de ser uma alternativa emergencial para se tornar uma ferramenta de sustentabilidade financeira capaz de viabilizar não só a retomada econômica de um negócio, mas, também, projetos, novos objetivos e a expansão da organização!
  3. – Busca por parceiros de intermediação de crédito – Assim como em outras demandas de uma empresa é comum que se busque o suporte especializado para que aquela atividade (geralmente fora do core business da companhia) seja realizada com maior eficiência, por exemplo:
  • Para assuntos jurídicos a empresa busca um escritório de advocacia, para fiscal, busca uma assessoria contábil, o mesmo se deve fazer em uma operação de crédito, hoje em dia, as organizações já podem contar com parceiros estratégicos para, dentre outros pontos:
  • Análise do segmento da empresa, do negócio, da demanda pelo crédito x perfil dos bancos e suas estratégias.
  • Mapear linhas de crédito empresarial em diferentes instituições.
  • Orientar a empresa quanto a documentos, garantias e organização de processos antes da negociação junto aos bancos.
  • Avaliar quais opções mais se adequam e tem fit com a realidade financeira de um negócio.
  • Apoiar a empresa na construção de redes de linhas de crédito pré-aprovadas.

E, dado o cenário atual do segmento creditício (cada vez mais pulverizado), ao dispor de um parceiro especializado, a jornada rumo ao crédito de qualidade tende a se tornar mais ágil e a empresa não precisará se limitar as opções de empréstimo do banco com a qual já possui outros produtos financeiros — o qual, na maioria das vezes não oferece as melhores alternativas no plano do crédito.

  1. – Mas, afinal, como funciona a intermediação de crédito? – Imagine o seguinte cenário: sua empresa precisa de crédito para investir em expansão, tecnologia e recursos humanos. A tendência natural é que você coloque capital próprio ou busque uma operação de crédito junto ao banco no qual seu negócio possui uma conta PJ, certo?

A grande questão que envolve essa escolha é que, nem sempre, a instituição bancária com a qual sua companhia já possui uma relação financeira será aquela que lhe oferecerá a melhor alternativa de crédito em termos de prazos, taxas, juros e garantias. É justamente aí que entra o papel da intermediação de crédito.

Avaliando o segmento no qual sua empresa está inserido, o perfil do seu negócio, a realidade financeira de sua empresa e, consequentemente, as condições de uma operação que atenda às necessidades de sua empresa, principalmente no que tange a prazos mais flexíveis, taxas mais convidativas, parcelas que “cabem no bolso da empresa” e garantias que não comprometam a saúde futura do negócio.

Em outras palavras: com o suporte de uma empresa especializada em intermediação de operações creditícias, o caminho para um crédito de qualidade tende a ser facilitado, mais ágil e com um retorno financeiro mais positivo para o caixa de uma empresa.

  1. – Passos da intermediação – De modo geral, incluem:

A. – Os objetivos de sua empresa com o acesso ao crédito — o que será feito com o capital vai influenciar na estratégia da operação.

B. – Análise do segmento que a empresa está inserido — nem todas instituições financeiras atuam em todos os setores da economia.

C. – A análise do perfil financeiro do seu negócio – condições do caixa, relação do capital com o volume de saídas do negócio, nível de endividamento e o comportamento da empresa no mercado de crédito.

D. – Estudo de garantias que darão lastro à operação e linhas de crédito.

E. – Mapeamento (por meio de agentes especializados e uso de tecnologia) de instituições financeiras e linhas de crédito que dialogam com o perfil do seu negócio.

  1. – Suporte para a negociação e fechamento da operação de crédito com os bancos.
  2. – Concluindo – Embora os desafios do contexto econômico do país sejam concretos, as chances de sucesso para o acesso a um crédito de qualidade se potencializam quando as empresas fazem seu dever de casa, atuando com planejamento, gestão financeiras e organização de processos, bem como contam o suporte de especialistas em crédito empresarial capazes de viabilizar as operações.

Por fim, por meio da intermediação, as empresas podem desenhar estratégias para construírem uma base sólida de capital pré-aprovado, com linhas que podem ser acessadas conforme os planos e necessidades da organização.

Desse modo, além de se prepararem melhor para cenários econômicos desafiadores, a expansão de uma companhia tende a ser mais ágil e baseada em uma lógica de sustentabilidade financeira. Pois a melhor hora para se tomar crédito, é quando não se “precisa” dele.

(*) – Administrador de empresas e pós em Gestão de Vendas pela Mackenzie, é especialista em crédito empresarial e fundador e CEO da Loara, referência em crédito para empresas (https://www.loara.com.br/).