O segredo da pizza napolitana é a sua “simplicidade”, mas as pessoas “não acreditam, acham que é mais difícil do que parece”, revelou à ANSA o embaixador na Lombardia da Associação Napoletana Verace Pizza (AVPN), durante a Feira Alimentar de Barcelona.
“Vocês complicam a vida”, repete sempre Ciro Coppola, napolitano, coproprietário de quatro pizzarias na Lombardia, aconselhando os jovens a “não inventar nada, apenas seguir a receita”.
Segundo o italiano, “o erro mais grave ocorre na massa, que só contém água, sal, farinha e fermento”, mas há quem coloque óleo ou até açúcar, ou fermente a massa por 72 horas em vez de 24h”. Além disso, é possível colocar “todos os ingredientes que quiser”, mas o sabor que lidera a preferência continua sendo a Margherita, que é a mais vendida, e a marinara. Para Coppola, quando se coloca muitos ingredientes é para alegrar muita gente.
De acordo com ele, por trás de um produto “não existe apenas o seu preparo, mas existe o amor e todo um território”. “E em Nápoles sente-se o cheiro da pizza”. Já Antonia Ricciardi, embaixadora na Espanha da AVPN, reforçou a importância de cozinhar a pizza em um forno entre 400ºC e 500ºC e entre 60 e 90 segundos, além de pedir para que se coloque “manjericão, e não orégano, e jamais inclua abacaxi”. Por sua vez, a farinha deve ser a italiana.
A AVPN, que em 2017 conseguiu que o preparo da pizza napolitana fosse declarado patrimônio imaterial da humanidade pela Unesco, foi fundada há 40 anos e tem 1.074 pizzarias afiliadas em 58 países ao redor do mundo, incluindo no Brasil, Venezuela e Chile. – Mónica Uriel/ANSA.