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Saiba como identificar e tratar os distúrbios financeiros

em Destaques
quarta-feira, 29 de julho de 2020

Com a crise do coronavírus, questões relacionadas à finanças merecem ainda mais atenção, pois a instabilidade da economia e mudança de comportamento levaram a uma série de demissões, inclusive no Brasil. Em tempos tão instáveis, o equilíbrio e a organização ajudam a evitar problemas que atrapalham o dia-a-dia e o convívio familiar. Com isso, Rebeca Toyama (*), especialista em bem-estar financeiro traz pontos a serem aprimorados na vida de pessoas e famílias que passam essas dificuldades.

Segundo a pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), o número de brasileiros endividados recuou em maio, passando de 66,6% em abril, para 66,5%. Mesmo com o ligeiro recuo, o percentual de famílias que declaram não ter condições de arcar com suas contas e dívidas em atraso aumentou de 9,9% em abril para 10,6% em maio. E famílias que se declaram muito endividadas também teve um aumento em maio, chegando a 16%, atingindo o maior percentual desde setembro de 2011, quando alcançou 16,3%.

A organização da vida financeira é uma das bases do tripé para se atingir estados de bem-estar, mas é preciso lembrar que é comum enfrentar diversas crises ao longo da vida, e para passar bem por estes momentos difíceis é necessário buscar hábitos no cotidiano que desperte a consciência de poupar. Para a especialista é necessário buscar hábitos no cotidiano que desperte a consciência de poupar e entender que mudança de comportamento é algo gradual.

Muitas vezes as pessoas não seguem seu propósito por conta da indisciplina financeira, e por isso, e acabam abrindo mão de sonhos, justamente por não sobrar dinheiro no final do mês. O ponto principal para essa mudança de comportamento é trazer uma consciência financeira, e logo em seguida, trabalhar uma forma de organizar as finanças, que é o ponto para a transformação de vida.

“São os distúrbios financeiros que desencadeiam o nosso comportamento atual. Coisas que aconteceram na nossa primeira e segunda infância que traz um trauma financeiro, como por exemplo, crianças que passaram por momentos de escassez, e quando crescem pensam, eu vou comprar tudo o que eu quiser para ser feliz”, explica Rebeca, especialista em conscientização financeira.

Muitas pessoas sofrem sem saber que tem algum distúrbio financeiro, e também, existem aquelas que entendem que está acontecendo algo de errado, porém sentem vergonha até mesmo de procurar ajuda. A origem desses traumas financeiros estão em uma região do cérebro que não se tem acesso, por isso acabamos tomando decisões não saudáveis sem perceber. Portanto, essa nossa parte inconsciente influencia nosso comportamento de consumo, e o fluxo de caixa é uma consequência desse comportamento.

“Para melhorar de vida precisamos procurar ajuda e perder o medo de encarar as finanças. Começar com pequenos hábitos e fazer suas escolhas a partir da sua realidade, faz muita diferença. E lembre-se, a nosso balanço patrimonial é um reflexo de nossa história de vida, e você pode mudar algumas coisas para impactar positivamente no seu patrimônio daqui para frente, afinal já sabemos que imprevistos acontecem. ”, afirma a especialista.

Para iniciar essa jornada para ampliar a consciência financeira, ter objetivo, meta e foco é um dos primeiros passos, pois é a partir dessas relevâncias que vem o ato de poupar. É importante lembrar que as metas precisam estar alinhadas com a realidade e a essência de cada um.
Diante de uma crise levamos um choque de realidade que faz pensar em ‘por que eu não tive a iniciativa de fazer uma reserva financeira? ’, e são esses momentos de dificuldade que desperta a grande relevância de não se gastar tudo e investir uma parte na reserva.

A mudança é capaz, mas não tem como mudar o comportamento financeiro sem autoconhecimento, fortalecer a autoestima e a forma de lidar com o dinheiro. Para se alcançar o bem-estar financeiro, é essencial ter um plano de poupança ativo, plano de gastos consciente, e responsabilidade com nosso próprio futuro. Rebeca traz 6 atitudes para identificar os sintomas do distúrbio financeiro:

1- Ansiedade: Preocupação e desespero com tudo que envolve o dinheiro;

2- Ausência de economia: Quando não se faz parte da vida do indivíduo poupar ou guardar dinheiro;

3- Excesso de dívidas: Força do hábito de trabalhar para fazer dívidas e pagá-las;

4- Falência e Empréstimos: Se esbarra sempre em fazer empréstimos para quitar ou fazer mais dívidas, e sem perceber, coloca seus bens em perigo;

5- Conflito com familiares: O dinheiro impacta nas relações com parentes e amigos;

6- Incapacidade de manter mudanças: Não consegue seguir com os planos colocados para poupar dinheiro, como deixar o cartão em casa e guardar dinheiro.

(*) – Especialista em estratégia de carreira e saúde financeira, é fundadora da RTDHO empresa com foco em bem estar e educação corporativa.