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Resiliência das empresas: a demanda por crédito e a manutenção do capital de giro

em Destaques
quinta-feira, 18 de abril de 2024

Eduardo Neubern (*)

Em tempos de turbulência econômica e incerteza global, é essencial que líderes empresariais compreendam e priorizem os pilares fundamentais que sustentam a estabilidade e o crescimento de uma empresa. Entre eles, um pilar que se destaca de maneira incontestável é o capital de giro, por vezes subestimado e negligenciado, mas que é de fato a espinha dorsal financeira de qualquer negócio.

Nesse contexto, o acesso inteligente de crédito é fundamental para garantir um caixa saudável para qualquer negócio. Isso pôde ser visto com clareza no cenário econômico de 2023, que teve como uma das tendências marcantes o significativo aumento na demanda por crédito pelas empresas.

Segundo dados do BACEN, no ano passado o saldo de capital de giro representou mais de 30% dos empréstimos com recursos livres, indicando uma demanda significativa por recursos por parte das empresas. Isso também sugere que as instituições financeiras estavam dispostas a fornecer financiamento, influenciadas por fatores como a saúde econômica geral, políticas monetárias e políticas de crédito.

Com acesso tempestivo a crédito, a empresa consegue ter a flexibilidade necessária para lidar com flutuações sazonais no fluxo de caixa, possibilitando o financiamento de estoques e a cobertura de despesas operacionais – mesmo em condições limitantes –, o que abre oportunidades de crescimento e expansão do negócio.

Da mesma forma, também impulsiona o crescimento e viabiliza o investimento em inovações e tecnologias que mexem no ponteiro dos resultados, destravando novas oportunidades em toda a cadeia produtiva.

Dito isso, a jornada habitual de acesso ao crédito ainda é bastante analógica e, em diversos casos, tortuosa. Envio de documentação, morosidade na análise, navegação em canais fragmentados e baixo entendimento do contexto do cliente tornam a experiência de contratação e uso do crédito improdutiva e frustrante. Na prática, gerando perda de tempo e tirando o foco da atividade fim das empresas.

Nesse sentido, a alternativa de uma jornada digital para contratação, uso e conciliação automatizada e integrada ao sistema de gestão significa um ganho considerável de tempo e foco para as empresas. Além disso, os dados que trafegam nos softwares de gestão são os sinais vitais da empresa, permitindo que o acesso a financiamento seja muito mais eficiente e contextualizado, por ser feito justamente no momento exato em que a empresa precisa de crédito.

Isso porque o ERP é o verdadeiro cérebro da empresa, que unifica e organiza dados, permite uma análise mais detalhada da capacidade de pagamento e gera insights sobre níveis de estoque, tendências de vendas, fluxos de caixa e o impacto financeiro de diferentes cenários.

Esse modelo de ERP Banking permite que as companhias tenham maior dinamismo na hora de solicitar crédito, além de facilitar o processo de obtenção de financiamento, uma vez que as informações necessárias já estão disponíveis e acessíveis no sistema de gestão.

O resultado imediato é ganho de produtividade, eficiência operacional e foco no crescimento da empresa. Quando as empresas buscam financiamento externo, seja por meio de linhas de crédito, empréstimos bancários ou outras formas de investimento, os credores avaliam criteriosamente a saúde financeira e a capacidade de pagamento do cliente.

Ter uma gestão financeira não só prudente, como previdente e baseada em boas práticas de governança e uso de dados, não apenas facilita a obtenção de crédito, mas também influencia positivamente suas condições.

Os credores tendem a oferecer melhores termos e taxas mais competitivas para empresas que demonstram uma sólida posição de liquidez e garantias, mitigando assim custos financeiros e fortalecendo ainda mais a posição competitiva da organização.

O estudo ‘PwC Global Treasury Insights Survey 2024’ aponta que a evolução da gestão de tesouraria tem como foco, em 2024, a otimização de capital de giro (43%), gerenciamento de riscos (38%) e investimentos gerais (29%).

Por isso, a palavra de ordem é priorizar a manutenção e o fortalecimento contínuo, adotando uma abordagem proativa para otimizar as operações financeiras, garantindo que haja os recursos necessários para enfrentar diferentes cenários, sejam eles desafiadores ou cheios de oportunidades.

(*) – É CEO da Totvs Techfin (https://www.totvs.com/techfin/).