Ao participar ontem (29), de um evento do setor de infraestrutura, o vice-presidente eleito, Hamilton Mourão, foi questionado sobre qual seria o plano para ampliar os recursos públicos destinados aos investimentos.
Ele explicou que, para isso, é necessário restabelecer o equilíbrio fiscal, o que está ligado a reformas “fundamentais”.
“Uma delas é a questão da reforma do sistema previdenciário, bismarckiano ainda, que está chegando ao limite da capacidade”, afirmou. “Precisamos urgentemente, ao longo do primeiro semestre do ano que vem, aprovar a reforma da Previdência para que possamos ter espaço no Orçamento”, explicou. A outra reforma é a total desvinculação das receitas da União.
Segundo Mourão, essa é uma “grande ideia”, que precisa passar pelo crivo do Congresso. O Orçamento federal é “engessado”, com perto de 90% dos recursos já destinados a áreas específicas. A ideia é acabar com essas regras que predeterminam o uso do dinheiro. Com isso, explicou, o Legislativo ficará com a tarefa de montar o Orçamento e destinar recursos para áreas importantes como saúde, educação, infraestrutura.
A volta do equilíbrio fiscal, disse Mourão, aumentará o fluxo de capitais para o País e azeitará os canais de crédito. “Essa é a hora em que as empresas poderão ter acesso a capital novo”. Ele acrescentou que há “milhares” de obras paradas, que precisam ser retomadas com urgência. “O trabalho não é pouco”, reconheceu. “Vai exigir uma articulação enorme com o Congresso”. E que a equipe de governo está “ansiosa” para iniciar o diálogo e confiante que receberá apoio do parlamento (AE).