Um processo complexo e muitas vezes necessário, a reestruturação de uma empresa pode ser feita com sucesso a partir de um ostensivo planejamento;
O mundo empresarial está constantemente se renovando e atualizando. Por isso, é muitas vezes necessário que as empresas se reestruturem com base nessas mudanças da modernidade. A reestruturação da empresa sempre começa pelo diagnóstico da necessidade dessa ação e de sua validade.
Parte da necessidade das empresas se renovarem está nas tendências de negócios da próxima década. Para se ter uma ideia, segundo a pesquisa Millenium Survey, 42% da geração Z prefere empresas com práticas ESG e 38% deixaria de comprar produtos de marcas que tenham má influência no meio ambiente, mostrando a necessidade da adaptação e reestruturação em algumas empresas, para que se mantenham atualizadas.
Segundo Denner Pires, advogado especialista em Direito Penal e Direito do Consumidor da RGL Advogados, a reestruturação pode ser tanto uma forma de reorganizar as finanças quanto de reformular os processos internos da corporação. “A reestruturação empresarial quando utilizada como ferramenta jurídica de contingência de passivo e organização financeira, consiste especialmente em medidas judiciais ou extrajudiciais de renegociação de dívidas perante credores. Podemos listar como propostas de reestruturação empresarial as modalidades de Recuperação Judicial e Extrajudicial. Este formato é também utilizado para a organização das modalidades de compliance e governança das empresas, que utilizam a reestruturação para revisar seus processos internos e traçar novos caminhos para as companhias”, mostra.
As vantagens de reestruturar uma empresa
O primeiro passo é sempre avaliar se há necessidade de passar por um processo de reestruturação, que vai exigir recursos e tempo. “Caso a reestruturação seja no setor financeiro, é necessário fazer uma análise contábil, através do estudo dos balanços e das dívidas da companhia, para definir sua validade. Caso a reestruturação seja com relação às políticas internas, procedimentos internos e governança, a melhor opção é realizar uma leitura objetiva da eficiência desses procedimentos, bem como da legislação atual”, explica o advogado.
Uma vez validada a reestruturação, é hora de começar o planejamento efetivo e iniciar os processos. “Quando tratamos de procedimentos, partimos da premissa que são elaborados pelo ciclo PDCA, termo em inglês que significa “Planejar”, “Fazer”, “Checar” e “Agir”. A importância de renovar procedimentos se dá no aspecto da modulação que os negócios acabam tendo ao longo do tempo. Procedimentos obsoletos são extintos e procedimentos atuais são melhorados”, revela Denner.
Todo o processo, no entanto, deve ser feito com calma e cautela, avaliando suas etapas meticulosamente. “Se tratando de uma esfera de reestruturação de processos, a primeira coisa a se fazer é uma avaliação de risco, para se ter a ciência do que estará sendo auditado, riscos envolvidos e principalmente dos custos que serão utilizados para executar a reestruturação. Em uma reestruturação financeira a avaliação de risco é tão importante quanto, entretanto, é necessário uma análise profunda nos apontamentos contábeis da operação, bem como ter os apontamentos jurídicos dotados da maior precisão possível para o caso em concreto. Toda reestruturação deve ser elaborada e precisa, mas principalmente com o mapeamento dos custos claros, assim se poderá prever os riscos e acompanhar os custos”, finaliza Denner Pires.