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Quatro setores que serão mais beneficiados com a chegada do 5G no Brasil

em Destaques
quinta-feira, 29 de abril de 2021

Se o 4G mudou a vida das pessoas, o 5G habilitará uma grande transformação na sociedade, acompanhado de todo o ecossistema de telecomunicações como cloud computing, inteligência artificial (IA), internet das coisas (IoT) e infraestrutura de fibra.

Segundo os especialistas da Claranet, multinacional de tecnologia com foco em serviços gerenciados de cloud, e da Huawei, multinacional líder global em soluções de TI e Comunicação, algumas áreas serão mais beneficiadas com a chegada da nova geração da internet móvel no país.

Há, portanto, um entendimento que é comum a toda sociedade, que o 5G trará transformações mais incisivas na produtividade e forma de trabalhar da maior parte dos setores da economia.

“De forma mais técnica, o 5G traz três grandes vantagens: maior velocidade de conexão (até 100 vezes mais), maior quantidade de SIM cards por célula, suportando até 1M de devices por km2 e uma menor latência, podendo atingir mínimos 0.5ms”, revela Nicolas Driesen, Solutions Representative da Huawei.

O 4G fez a revolução dos aplicativos, transformando indústrias, como a hoteleira e de entretenimento, que foram levadas para uma era onde a conectividade foi crucial para aumentar a escala desses serviços. Com o 5G, além dos serviços, a produtividade de setores industriais e agrícolas será incrementada de forma exponencial. No Brasil, os setores que mais serão favorecidos são:

  • Indústria extrativa: setores de óleo, gás e mineração, que são intensivos em capital, e cujos produtos são commodities, eficiência e mitigação de riscos ambientais são fatores críticos para o desenvolvimento e crescimento. A aplicação do 5G na automação de máquinas e operações irá reduzir custos e riscos aos trabalhadores.
  • Indústria manufatureira: é a que apresenta o mais alto potencial de benefícios com as aplicações em 5G. A implementação no setor deve ser a mais rápida entre todos os setores e irá permitir a otimização de recursos a partir dos dados das plantas e algoritmos, que constantemente configuram a produção para os melhores resultados de produtividade e qualidade. A melhoria em tempo real captura o alto benefício das aplicações em 5G, com o tempo de implementação razoável e ganhos estimados em mais de R$210 bilhões.
  • Agronegócio: o uso dessa tecnologia vai permitir o avanço da agricultura indoor e de precisão, além do gerenciamento baseado em dados, que vai integrar e possibilitar a telemetria e sensores, uso de drones e análises mais precisas do clima. Medidas de correção e ajustes serão mais precisas e facilitarão a tomada de decisão dos produtores, bem como a identificação de problemas pontuais no campo e o aumento do monitoramento da lavoura.
  • Transporte de cargas: entre as aplicações em desenvolvimento, temos os caminhões automatizados, equipados para a comunicação veículo a veículo; pontos inteligentes que serão geridos a partir de unidades centrais; guindastes inteligentes utilizados para descarregar grandes navios cargueiros; trens sem a presença de condutores; robôs conectados irão planejar e executar atividades como coleta e classificação de materiais, que juntas apresentam um impacto estimado na economia do país, na casa dos R$ 11 bilhões.

Além dos quatro setores, outros segmentos deverão ser otimizados com a tecnologia. “A internet das coisas (IoT) passará a funcionar de forma efetiva, já que o baixíssimo tempo de resposta nas conexões, irá habilitar de vez a conectividade entre as máquinas. Eletrodomésticos serão mais eficientes, gerando economia de energia, além de carros autônomos e cidades inteligentes, que se tornarão realidade.

Indústrias, que são intrinsecamente tecnológicas, como a do entretenimento (OTTs – plataforma de distribuição de conteúdo pela internet) e os videogames, com especial destaque aos eSports, também serão transformadas com o 5G”, completa Driesen. O avanço da conectividade também traz riscos, como o aumento no número de ameaças.

Para Diogo Barroso, CTO da Claranet, precisamos estar atentos às vulnerabilidades em toda a infraestrutura de telecomunicações, além da segurança e privacidade do usuário. “Ao mesmo tempo que a chegada do 5G nos proporciona muitas vantagens, ela levanta novas preocupações referentes à segurança, principalmente de endpoint. Mais dispositivos conectados implicam em maior superfície de ataque para os cibercriminosos”, explica.

Isso porque o 5G possibilita mais conexões, mais distantes e com maior largura de banda do que as gerações anteriores, além de aumentar a superfície de ataque, faz com que a estruturas de Data Centers e Backbones tenham que se adaptar à esta nova capacidade. “As ameaças à segurança são desafiadoras e é preciso se preparar. A primeira recomendação é considerar com antecedência quais riscos à segurança a implementação do 5G pode representar.

Uma opção é realizar uma avaliação de risco de segurança cibernética, que examina a governança, arquitetura, resiliência cibernética e cadeias de suprimentos. O resultado da análise pode ser usado para desenvolver medidas direcionadas sob medida para o contexto de aplicação específico”, explica.

Outra recomendação é sempre usar a arquitetura de confiança zero, em uma rede de confiança zero, os aplicativos e fluxos de dados são estritamente segmentados e acessíveis apenas à quem realmente interessa, utilizando-se MFA (Múltiplo Fator de Autenticação) que associam inteligência artificial para analisar possíveis desvios do comportamento, conclui o CTO.

A chegada efetiva do 5G não será imediata, mas devemos ficar atentos. No edital aprovado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), está previsto de estar operacional nas 26 capitais em julho de 2022. Para todas as cidades do Brasil com mais de 30 mil habitantes, o prazo é julho de 2029. Porém, esses prazos ainda precisam ser aprovados pelo Tribunal de Contas da União (TCU), para que o leilão aconteça. A expectativa do governo federal é de que o leilão aconteça ainda no 1º semestre de 2021. Fonte e mais informações: (www.huawei.com).