Diego Bortolucci (*)
Se antes era ficção, hoje, a Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade palpável. Quanto a isso, não há como negar o impacto que esta tecnologia tem causado no âmbito organizacional e econômico, impulsionando ainda mais a transformação digital nas companhias. Estamos presenciando uma verdadeira revolução com a era da IA. No entanto, é crucial reconhecer os desafios que precisam ser superados ao longo desse processo.
Embora a IA tenha ganhado popularidade nos últimos anos, essa não é uma tecnologia nova, mas que vem despertando cada vez mais o interesse das organizações. Como prova disso, segundo a pesquisa “The state of AI in early 2024: Gen AI adoption spikes and starts to generate value”, realizada pela McKinsey, 72% das empresas do mundo já adotaram esse recurso. O resultado mostra um avanço significativo comparado aos 55% registrado em 2023.
O estudo da McKinsey também mostrou que a IA generativa acompanhou esse ritmo de crescimento, passando de 33% para 65% em 2024. Outro estudo da Randstad apontou que, atualmente, 65% dos negócios aumentaram os orçamentos para a IA. Com tantas percepções de mercado, entendemos que ela não é mais uma “Hype”.
Os dados mostram que, a nível global, as organizações seguem a mesma direção, compreendendo a importância de adotar esse recurso como solução complementar aos processos, garantindo, assim, um desempenho promissor.
Todavia, ainda conseguimos observar, no mercado, detratores da inovação e, como toda nova era, a economia acaba migrando para as tendências. Com isso, novas posições são criadas e outras se tornam obsoletas.
Diante de uma “novidade”, é comum que parte do empresariado tenha dúvidas e receios acerca da eficácia de um novo produto, solução ou, neste caso, tecnologia. Por isso, é fundamental enfatizar que, desde seu surgimento, a indústria passou por revoluções, demonstrando o dinamismo do mercado e a importância de acompanhar o atual ritmo da sociedade.
No caso da IA, sua utilização se torna vantajosa, pois estamos falando de um recurso com alto potencial de aprendizado que apresenta a habilidade de sanar dores do negócio, automatizar tarefas repetitivas, contribuir para a digitalização das operações e, sobretudo, fornecer uma gestão efetiva com o uso de dados. Certamente, esses ganhos brilham os olhos de toda organização que lida com essas funções de forma manual no dia a dia.
Contudo, mesmo sendo uma ferramenta poderosa, é essencial tomar alguns cuidados na sua utilização para garantir a segurança. Afinal, para que a IA possa desempenhar seu papel, ela precisa ser abastecida com dados da organização que, muitas vezes, são informações sensíveis, que precisam ser protegidas e gerenciadas de forma adequada para evitar erros e vazamentos.
Isso reforça a ideia de que a Inteligência Artificial não eliminará a mão de obra humana. Afinal, as pessoas é que são responsáveis por usufruir dessa tecnologia de forma a impulsionar seu sucesso. Ou seja, mais do que acompanhar o ‘hype’, as empresas precisam se atentar e estabelecer uma gestão da mudança, com foco no preparo, treino e capacitação de seus colaboradores para o aproveitamento deste recurso.
Afinal, de nada adianta ter acesso a uma ferramenta eficaz, se a companhia ainda está presa a métodos antigos e ineficientes. Além disso, se a equipe não souber manusear o recurso, certamente não conseguirá obter os resultados promissores esperados.
Mais do que mostrar o avanço da tecnologia, a era da IA ilustra a necessidade das empresas em investirem na cultura da inovação, uma vez que as pessoas continuam sendo o foco de toda mudança – e esse é o desafio que vem pela frente.
Já é de conhecimento público o que temos dessa tecnologia até o momento, e também que vem muita evolução pela frente. Porém, ainda há no mercado uma certa resistência em aceitar o uso da ferramenta. De modo geral, as organizações que surgiram em modelo de startup possuem mais facilidade na adoção da IA, mas os negócios tradicionais e familiares, em sua maioria, se veem receosos em investir nessa mudança.
Contudo, independente do porte e segmento da empresa, essa tecnologia já se tornou uma necessidade. Obviamente, trilhar um caminho de mudança não é uma jornada fácil, mas pode ser menos desafiadora com o apoio de uma equipe especializada, que pode ajudar a executar um diagnóstico preciso das dores do negócio e traçar a melhor estratégia para sua adoção e uso.
A tendência é que, daqui para frente, a IA potencialize ainda mais as suas funcionalidades e alcance. No entanto, isso não é motivo para pânico, pois quanto mais eficiente esse recurso for, melhor será o seu desempenho. Tornar as empresas inteligentes é o que, sem dúvidas, irá continuar impactando os resultados da economia como um todo, mas fortalecer a relação entre as pessoas e a tecnologia é o que irá garantir a sobrevivência dos negócios.
(*) – É responsável pela área de S/4HANA da SPS Group (https://spsgroup.com.br/).