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Quais as áreas de atuação do economista do mundo digital?

em Destaques
segunda-feira, 01 de janeiro de 2024

Para explicar o trabalho do economista é preciso, inicialmente, explicar o conceito de economia. De forma resumida, trata-se da ciência que estuda e avalia a produção, distribuição e consumo de bens e serviços. No cotidiano da sociedade, está presente em todas as atividades públicas, comerciais, empresariais e industriais.

Para se ter uma ideia da importância da economia, os principais setores empresariais e industriais acompanham diariamente a movimentação do mercado interno e externo, pesquisando o que pode aumentar ou diminuir os resultados do PIB. Um exemplo atual, foi divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) que já lançou a projeção de índices para 2024, em relação às áreas que mais geram lucro para o país.

No entanto, é preciso esclarecer que a atuação do economista não se limita a avaliação de dados e números. O professor do bacharelado em Ciências Econômicas do Senac EAD, Marcelo Cerqueira, esclarece que esse entendimento é equivocado, a começar que a carreira é classificada na área de ciências sociais aplicadas.

“É importante compreender que a formação é categorizada na área de ciências humanas, no entanto, faz uso de ferramentas das ciências exatas, para desenvolver análises conjunturais importantes. É muito comum encontrarmos economistas atuando no setor público, contribuindo na elaboração e implementação de políticas públicas, mas também analisando os respectivos impactos dessas mesmas políticas sobre a sociedade”, esclarece.

Outra argumentação importante feita pelo especialista e que pode tranquilizar os estudantes interessados em estudar economia – com insegurança em lidar com excesso de cálculos – é a seguinte: “o contexto do ensino superior é diferente do aplicado no ensino médio. Ou seja, ao estudar economia, o uso da matemática vem sempre relacionado a um contexto social. Portanto, o cálculo não será o foco principal dos estudos do futuro profissional, mas sim, uma importante ferramenta de trabalho”.

  • Transformações digitais na economia – É fato que as transformações digitais estão presentes em todas as atividades profissionais, e na economia não é diferente. Uma pesquisa recente, divulgada pela Abinee, apontou que o setor eletroeletrônico é um dos mais estratégicos na era da economia digital, com faturamento superior a R$ 210 bilhões, por ano.

A tecnologia impactou todas as profissões, contudo algumas sentem mais os reflexos das funcionalidades digitais, e uma delas é a economia. Alguns exemplos práticos podem ser observados no setor financeiro, onde o uso de portais e aplicativos disponibilizam informações em tempo real, de modo a agilizar a estratégia de negócios. Há pouco mais de duas décadas não era possível comprar e vender ativos financeiros direto da B3 (bolsa de valores do mercado de capitais), acrescenta Marcelo.

Do mesmo modo, as ferramentas do campo de estudo dos Business Intelligence (BI) estão contribuindo positivamente com o trabalho dos economistas, ao gerar a visualização de dados e construir análises e relatórios mais ágeis. Com esse entendimento, o economista precisa estar atento as mudanças e manter a flexibilidade na busca por dados sólidos e comprovados pelo cenário vigente.

  • Quais as áreas de atuação do economista do mundo digital? – Como dito anteriormente, o uso da matemática e dos conhecimentos estatísticos são essenciais para interpretação dos comportamentos de consumo e projeção de cenários. No entanto, também são exigidos domínio de técnicas tradicionais de macroeconomia, como: taxa básica de juros, inflação, câmbio, dívida pública, gastos do governo, tributação, endividamento de empresas e cenários externos.

O professor do Senac EAD orienta que os alunos e profissionais pesquisem temas factuais do mercado como a agenda ESG (Environmental, Social and Governance), que corresponde às práticas ambientais, sociais e de governança de uma organização. Ao dominar estudos e levantamentos sobre o conceito, o futuro profissional compreenderá a importância das ações desenvolvidas pelos governos, iniciativa privada e a sociedade, de modo geral.

“Os economistas do futuro são preparados para aplicarem os conhecimentos em um mundo que carece de um olhar muito criterioso sobre o uso de matérias-primas sustentáveis. É urgente encontrar caminhos com foco na sustentabilidade, como por exemplo: reciclagem de materiais, uso de energia limpa, ações para prevenir desastres ambientais e apoiar pessoas e negócios que contribuam na transição responsável para a economia digital”, reforça.

Além disso, Marcelo destaca algumas atribuições dos economistas em áreas com grande destaque produtivo e lucrativo no país:

. Indústria: controlar o planejamento e a execução orçamentária, interpretar cenários econômicos identificando oportunidades de investimentos ou aperfeiçoando modelos de gestão de riscos. Do mesmo modo, formar preços de produtos e serviços, gerir custos de produção, planejar demanda, identificar oportunidades de fusões e aquisições, tomar decisões de compra e venda de ativos financeiros sobre o excedente de caixa.

. Agropecuária: gerenciar empresas e propriedades do setor rural, analisar indicadores de mercado de futuros, analisar indicadores de desempenho da produção do segmento, verificar e controlar custos de produção, identificar oportunidades de mercados estratégicos ao Agronegócio.

Ao aplicar princípios da teoria econômica, o economista incluirá conceitos e métodos para analisar impactos das atividades econômicas da atividade sobre o meio ambiente, considerando custos e benefícios das políticas ambientais, analisam os trade-offs entre crescimento do negócio e proteção ambiental.

. Setor Varejista: coletar, tratar, modelar e apresentar dados estatísticos e modelos econométricos a partir de dados econômicos, financeiros, demográficos de clientes, e prospects, subsidiando a elaboração de estratégias de diversificação ou expansão de negócios, analisar indicadores de inadimplência e estruturar políticas de crédito,

Por último, algumas habilidades relevantes para os alunos da graduação em Ciências Econômicas: leitura, escrita, interpretação de texto e aplicação de raciocínio lógico. Além disso no decorrer das experiências profissionais, melhorar a performance no campo matemático e estatístico, compreendendo diferentes correntes políticas e econômicas.

“É importante acrescentar as soft skills, ou seja, as habilidades individuais do profissional e isso inclui: integridade, trabalho em equipe, atitude positiva, profissionalismo, comunicação, habilidades interpessoais, pensamento crítico e resolução de problemas, formação continuada e responsabilidade”, finaliza. Fonte e mais informações: (https://www.ead.senac.br/).