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Propagação de IA e IAG demandam cautela das empresas

em Destaques
quarta-feira, 19 de abril de 2023

“Oi, Alexa!”… Apesar de muita gente vincular a inteligência artificial (IA) a obras de ficção, tal tecnologia está bem presente no dia a dia. Prova disso está na locomoção, afinal, não há nada melhor que o Google Maps ou o Waze para uma melhor experiência no trânsito. Outro exemplo é a possibilidade de desbloquear o smartphone com o rosto, garantindo segurança às operações, certo? Ademais, o que dizer dos teclados inteligentes que têm capacidade para detectar erros de linguagem e efetuar sugestões de correção?
Que a IA veio para dar maior comodidade e otimizar os processos todo mundo já sabe. O que muitos ainda não sabem é sobre a, digamos, “sua irmã” IAG, ou Inteligência Artificial Generativa. A diferença entre as duas é a seguinte: enquanto a primeira permite a construção de máquinas habilidosas aptas a realizar trabalhos sem nenhuma intervenção humana, a caçula aprende a partir de materiais já vigentes, concebendo novas peças realistas que espelham as particularidades de seus dados de preparo, mas sem os repetir.
Quem explica melhor é Filipe Bento, CEO da Br24, a maior parceira da plataforma Bitrix24 da América Latina, que diz que o termo IAG vem ganhando expressividade graças ao ChatGPT, que é uma ferramenta de IAG. “Aqui estamos falando de imaginação e criatividade! Com a inteligência artificial generativa, temos algoritmos que cedem espaço para a elaboração de conteúdos novos e originais, como áudio, texto, imagens, vídeos e códigos. Para o desenvolvimento, essas máquinas usam o que aprenderam com base em dados já existentes e no entrosamento com usuários. Na prática, ela se distingue das funções habituais de IA por causa da sua capacidade de criar algo novo. Por isso ela é generativa”.

Agora, se a IA já vem fazendo a diferença nas organizações de todos os portes e segmentos, imagine só a IAG com seu poder cocriador.
Para se ter uma ideia, na área da saúde, um estudo realizado pela Universidade de Stanford mostrou que a inteligência das máquinas é capaz de diagnosticar um câncer de pulmão com maior precisão do que os médicos humanos. Além disso, uma pesquisa da Mayo Clinic mostrou que a IA é capaz de prever o risco de morte por insuficiência cardíaca com 88% de precisão.
Por sua vez, na agricultura, a empresa Blue River Technology desenvolveu um sistema de IA capaz de identificar ervas daninhas em tempo real e pulverizá-las com precisão, reduzindo o uso de pesticidas em até 90%. A produtividade no campo também está no radar da IA, sendo que um levantamento da Universidade de Cambridge mostrou que há soluções com capacidade de prever a safra com 90% de acerto.
Outro exemplo está nos transportes, uma vez que os carros autônomos podem reduzir a quantidade de acidentes nas estradas em até 90%, de acordo com a Universidade de Michigan.
Na visão de Filipe Bento, esses dados chamam atenção porque o futuro das empresas está na IA e na IAG, que vão passar a interferir nos processos de todos os setores. “A inteligência artificial está se propagando, isso é fato, e trazendo melhora no relacionamento com os clientes, redução de falhas, aumento de produção e, por consequência, mais chances de obter lucros”.
Por fim, mesmo com tanta popularidade, tanto a IA quanto a IAG demandam atenção de pessoas físicas e jurídicas, principalmente no quesito responsabilidade e ética.
Propagação de conteúdo ilícito, plágio; deep fake para fraudes; tendências discriminatórias com o potencial de prejudicar indivíduos ao fortalecer – ao invés de combater – discriminações e preconceitos; programação de códigos maliciosos; violação de direitos autorais, marcas e de personalidade; e falta de explicações e transparência nas informações são problemas que podem ser corriqueiros, caso não seja dada a devida atenção à utilização das soluções tecnológicas. “Então, recomendamos às empresas que chequem, com profundidade, seus próprios entraves, uma vez que a omissão e a falta de ética na adoção de IAG podem, ao invés de trazer benefícios, provocar o efeito contrário, e acabar causando problemas regulatórios e de reputação da marca”.