O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, enviou ontem (15) ao STF novas acusações contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha.
As acusações constam do depoimento de delação premiada do empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, um dos investigados na Operação Lava Jato. Baiano confirmou que Cunha recebeu US$ 5 milhões em um contrato de navios-sonda da Petrobras.
Na denúncia apresentada ao Supremo, Janot afirmou que Cunha recebeu propina por meio de empresas sediadas no exterior e de fachada. O procurador também pediu que o presidente da Câmara pague U$S 80 milhões pelos danos causados à Petrobras. Em julho, outro delator, o ex-consultor da empresa Toyo Setal, Júlio Camargo, também confirmou ao juiz Sérgio Moro, que Eduardo Cunha pediu US$ 5 milhões em propina para que um contrato de navios-sonda da Petrobras fosse viabilizado.
Desde que chegou ao Supremo, a denúncia é analisada pelo ministro Teori Zavascki, relator dos processos da operação no STF. Não há previsão para o julgamento, que decidirá se Cunha passará à condição de réu. A delação de Fernando Baiano foi homologada semana passada pelo ministro. Pelas acusações, ele foi condenado pelo juiz federal Sergio Moro a 16 anos de prisão pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro. Fernando Baiano é apontado como um dos operadores do esquema de superfaturamento (ABr).