
Com a inflação projetada em 5,68% para final de 2025 e juros a 15%, o Tesouro Direto se destaca como uma alternativa para investidores protegerem e valorizarem seu patrimônio
O mercado de renda fixa no Brasil vive um momento peculiar. A combinação de inflação elevada e juros altos colocou os títulos públicos no radar dos investidores. Com taxas que ultrapassam 7,70% no Tesouro IPCA+ e atingem 15% no Tesouro Prefixado, essas opções ganham destaque entre aqueles que buscam estratégias para proteger e potencializar sua rentabilidade.
Daniel Abrahão, economista e sócio da iHUB Investimentos, destaca que a escolha entre os dois títulos depende de fatores como o horizonte de tempo, o perfil de risco e as expectativas econômicas. “Cada título possui suas vantagens no cenário atual: enquanto o Tesouro IPCA+ oferece proteção contra a corrosão do poder de compra, os prefixados têm potencial para ganhos expressivos caso os juros caiam. É preciso equilibrar essas possibilidades de acordo com os objetivos do investidor”, explica Abrahão.
Horizonte de investimento
Para determinar a melhor estratégia, é importante avaliar o horizonte de tempo do investimento. Daniel comenta sobre os títulos do Tesouro que podem atender a diferentes objetivos:
• Curto prazo (até 1 ano): Tesouro Selic é a escolha mais indicada, devido à sua baixa volatilidade e liquidez diária, permitindo flexibilidade ao investidor.
• Médio prazo (1 a 5 anos): Em cenários com inflação ainda elevada, o Tesouro IPCA+ com vencimentos intermediários oferece um equilíbrio entre proteção inflacionária e retorno fixo.
• Longo prazo (acima de 5 anos): O Tesouro IPCA+ de vencimento estendido é ideal para objetivos como aposentadoria ou preservação patrimonial. O Tesouro Prefixado, embora mais suscetível a oscilações no cenário de juros, pode ser atraente para investidores com maior tolerância ao risco.
Risco e oportunidade para diferentes perfis
• Conservador: Tesouro Selic, pela estabilidade e liquidez diária;
• Moderado: Tesouro IPCA+ com vencimentos intermediários, como 2029 ou 2035, capturando o prêmio inflacionário e proporcionando previsibilidade de retorno real;
• Agressivo: Tesouro Prefixado 2031, assumindo o risco da variação dos juros em busca de valorização futura por marcação a mercado.
“Travar retornos elevados em prazos mais longos é uma estratégia essencial para proteger o patrimônio no atual cenário de incerteza econômica”, destaca o economista.
Qual a melhor escolha no cenário atual?
O Tesouro Direto oferece oportunidades únicas no atual contexto de juros elevados no Brasil, mas a escolha entre seus títulos demanda atenção às características de cada produto.
Em um cenário de inflação em alta, como o Brasil vive hoje, o Tesouro IPCA+ é a melhor alternativa para investidores conservadores, já que combina uma taxa fixa com a variação do IPCA, preservando o poder de compra dos rendimentos. Por outro lado, o Tesouro Prefixado pode ser vantajoso para o portfólio daqueles moderados e agressivos, que acreditam em uma trajetória de queda da taxa básica de juros.
“A decisão entre esses títulos deve considerar tanto as características individuais de cada ativo quanto às condições da economia. O importante é maximizar o retorno ao mesmo tempo em que se mitiga o risco, e essa combinação exige uma análise criteriosa”, conclui Daniel Abrahão.