O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse ontem (26), na Câmara, que o preço cobrado pelo gás natural no Brasil encarece os custos de produção, tornando a indústria “economicamente inviável”.
Para ele, o melhor aproveitamento do composto derivado de combustíveis fósseis resultaria em significativo barateamento da energia, beneficiando tanto os consumidores industriais quanto os residenciais.
“Estamos procurando melhorar isso com o novo modelo para o mercado de gás”, disse ao participar de reunião da Comissão de Minas e Energia da Câmara, onde apresentou detalhes da nova proposta do governo para o mercado de gás, que visam a promover maior concorrência por meio da abertura do mercado de gás natural. Entre os objetivos do novo modelo estão, além de garantir o abastecimento nacional, ampliar os investimentos em infraestrutura de escoamento, processamento, transporte e distribuição do produto e aumentar a geração termelétrica a gás.
Albuquerque comentou a oportunidade de futuro aproveitamento das reservas que vêm sendo encontradas em águas profundas – e cujo potencial produtivo está sendo analisado, em fase inicial de estudo, segundo a Petrobras. A principal meta do novo modelo concorrencial, no entanto, é baratear o preço do produto por meio da ampliação da concorrência, evitando a formação de monopólios.
O ministro lembrou que o gás natural brasileiro é um dos mais caros entre os países do chamado G20. Enquanto, no Brasil, o gás natural custa US$ 10,40, na Argentina custa US$ 4,62. Nos Estados Unidos, US$ 3. No Japão, que não tem reserva de gás natural, US$ 9. E na Europa, US$ 8. “A produção de gás precisa de infraestrutura”, disse ao apontar algumas das causas do elevado preço do produto. “Porque, hoje em dia, não há competição. Só há um fornecedor, praticamente um produtor. E sabemos que, sem mercado, não há competição nem redução de custos”, acrescentou (ABr).