Depois de dois meses de retiradas, a poupança voltou a atrair o interesse dos investidores.
Em junho, os depósitos superaram os saques em R$ 2,5 bilhões, informou ontem (4) o Banco Central. Esse resultado representa recuo de 55,7% em relação a junho do ano passado, quando os correntistas tinham depositado R$ 5,64 bilhões a mais do que tinham retirado. Desde junho de 2016, a aplicação não registrava captação tão baixa.
A caderneta de poupança acumula saques líquidos de
R$ 14,5 bilhões nos seis primeiros meses de 2019. No mesmo período do ano passado, as captações (depósitos) tinham superado as retiradas em
R$ 7,35 bilhões. Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro da caderneta para cobrir dívidas, com a queda da renda e o aumento do desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 (captação líquida de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento de 70% da Taxa Selic, a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tinha conseguido garantir rendimentos acima da inflação, mas a aplicação voltou a atrair o interesse dos investidores porque a inflação está em queda. Nos 12 meses terminados em junho, a poupança rendeu 4,16%. O IPCA-15, que funciona como uma prévia da inflação oficial, acumula 3,84% no mesmo período (ABr).