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Pix 2.0: biometria, aproximação e um futuro sem cartões

em Destaques
segunda-feira, 30 de setembro de 2024

Gustavo Bresler (*)

Em 2023, os brasileiros realizaram quase 42 bilhões de transações por Pix, um aumento de 75% em relação ao ano anterior. O sistema de pagamentos instantâneos, que já se tornou parte do dia a dia do país, está pronto para uma nova revolução: o Pix por Biometria. A partir de novembro, a plataforma permitirá pagamentos com autenticação biométrica e por aproximação, prometendo uma experiência ainda mais rápida, segura e conveniente para os usuários.

O pagamento com um “sorriso” é a cara do brasileiro e promete se tornar, também, seu meio de pagamento preferido. Com o lançamento, os consumidores poderão realizar seus pagamentos de forma digital, ou em maquininhas credenciadas, utilizando o celular para autorizar a transação por meio de sua biometria, sem a necessidade de ler QR Codes ou inserir senhas.

Essa tecnologia, inspirada em plataformas como Apple Pay e Google Pay, possibilitará que as carteiras digitais e aplicativos passem a aceitar o Pix como forma de pagamento, facilitando também o recebimento por parte de lojistas, que chegam a disponibilizar descontos de 5% a 7% para priorizar o pagamento instantâneo. A biometria e a senha do celular, bem como outro dispositivo, garantem segurança e agilidade, tornando esta uma opção ainda mais atraente para os consumidores.

. Despedida do cartão? – A nova versão do sistema de pagamentos instantâneos oferece uma série de benefícios para consumidores e empresas. Para os consumidores, significa mais praticidade, segurança e rapidez nas transações, além da possibilidade de receber descontos em estabelecimentos que preferem o Pix pela liquidação imediata e ausência de taxas variáveis.

As empresas, por sua vez, ganham agilidade no recebimento de pagamentos, melhor gestão de fluxo de caixa e uma nova forma de fidelizar clientes com a possibilidade de vincular contas diretamente em seus aplicativos e plataformas.

. E-commerce, mobilidade e investimentos – A nova regulamentação privilegia a utilização do sistema em plataformas de e-commerce e aplicativos que demandam confirmação de pagamento imediata, como os setores de mobilidade e entregas. Com a tecnologia, será possível manter a opção do Pix salva no checkout, garantindo agilidade e fluidez no processo de compra. A funcionalidade promete aumentar a fidelidade do cliente, uma vez que ele terá um vínculo de conta ativo com o lojista ou prestador de serviço.

Outro segmento que demonstra interesse é o de corretoras de investimento. A facilidade de uso e segurança proporcionadas pelo sistema, através da infraestrutura do Open Finance, facilitam o hábito da poupança para consumidores que buscam soluções para gerenciar suas finanças. A tecnologia garante que a conta de destino dos valores seja de fato do usuário cadastrado na plataforma de investimentos, tornando o processo ainda mais confiável.

. Impacto – Com o Pix por biometria, o sistema de pagamentos instantâneos brasileiro se consolida como uma das ferramentas mais importantes para impulsionar a economia digital e a inclusão financeira no país. Em 2023, foram registradas mais de 5,3 bilhões de transações do pagamento instantâneo por mês, com 34% delas sendo do tipo P2M (pessoa para empresa). O Pix já representa 30% dos pagamentos digitais no Brasil e a expectativa é que essa porcentagem alcance 50% até 2027.

Já o sucesso, dependerá da adesão de bancos e instituições financeiras, além da continuidade do desenvolvimento do ecossistema de pagamentos por aproximação. No entanto, as perspectivas são positivas: o meio de pagamento já é um sucesso absoluto no Brasil, com um crescimento exponencial no número de transações. Com a versão 2.0, a tendência é que o sistema se torne ainda mais popular, ultrapassando inclusive o cartão de crédito como a principal forma de pagamento em alguns anos.

O meio de pagamento representa um marco na história dos pagamentos no Brasil, viabilizando as chances do país se tornar líder global em inovação financeira, impulsionando o crescimento econômico e democratizando o acesso a serviços financeiros. O sucesso, no entanto, dependerá da união de esforços de bancos, fintechs, empresas e governo, trabalhando em conjunto para garantir a segurança, a interoperabilidade e a ampla adoção da plataforma.

Com essa união, o Pix 2.0 tem o potencial de se tornar um dos sistemas de pagamento mais inovadores e eficientes do mundo.

(*) – É COO da fintech Iniciador (https://iniciador.com.br/).