Em 2015, o número de empresas que pediram falência no Brasil cresceu 16,4% na comparação com 2014, a alta mais expressiva da série histórica da Boa Vista, iniciada em 2007.
As dificuldades financeiras geradas por atividade econômica fraca e custos elevados, além da restrição no crédito, que limitou as alternativas para reequilibrar o caixa das companhias, foram determinantes para o pior resultado do indicador em oito anos.
O economista-chefe da instituição, Flávio Calife, destaca que, entre os setores, o comércio foi o que viu os pedidos de falência aumentarem mais fortemente. “Depois de décadas com o desempenho crescendo bastante, inclusive nos últimos dois anos quando a economia já sofria muito, 2015 foi um ano em que finalmente o comércio sentiu o baque”, afirmou. Para 2016, a expectativa da Boa Vista é que os pedidos de falência sigam crescendo, já que as condições da economia não devem melhorar.
Segundo a instituição, no ano passado, o número de falências decretadas acompanhou o crescimento da demanda por este tipo de processo judicial, com altas de 16,7% e 16,4%, respectivamente. Quanto às solicitações de recuperação judicial, o avanço foi mais expressivo, sendo de 51,0% dos pedidos e de 39,3% dos deferimentos por parte da Justiça. Na abertura dos dados por setores, o comércio responde por 24% dos pedidos de falência, seguido pela indústria, com 35%, e pelos serviços, com 41% (AE).