Ter um conselho de administração é fundamental para as empresas que miram a longevidade. De acordo com estudo conduzido pela McKinsey, os negócios com um colegiado forte registram desempenho financeiro significativamente superior em comparação com aqueles que não possuem um board.
Para que se alcance o sucesso, contudo, é essencial que haja parceria entre o conselho e o CEO da companhia. De acordo com Sérgio Simões, sócio líder da Prática de Board Services da EXEC, empresa especializada na seleção e desenvolvimento de executivos e conselheiros, os conselhos de administração estão se tornando mais estratégicos e diversos.
“Esses grupos são compostos cada vez mais por diferentes perfis de profissionais, o que, muitas vezes, contribui para manter suas atividades atualizadas. E ter alinhamento com o CEO é crucial para que o executivo possa tomar decisões melhor fundamentadas e baseadas em amplos conhecimentos”, afirma o especialista.
Os CEOs que conseguem explorar a visão e a capacidade de liderança de seus conselhos são mais sensíveis à importância de três frentes para o êxito dessa atuação: estímulo à aprendizagem contínua, manutenção do alinhamento e equilíbrio de responsabilidades.
. Aprendizagem contínua – De acordo com o relatório “What Makes High-Performing Boards”, da American Society of Association Executives (ASAE), os conselhos de administração com melhor desempenho aderem à cultura de aprendizagem e se beneficiam de profissionais que os preparam para participar de reuniões, fornecendo informações completas e relevantes.
“A orientação do conselho é importante, mas aproveitar o conhecimento coletivo dos líderes exige uma abordagem contínua”, enfatiza Simões, acrescentando que a colaboração do CEO deve ser um catalisador para promover discussões estratégicas no conselho.
“Hoje, o leque de assuntos que permeiam uma empresa é enorme, envolvendo temas mais críticos como diversidade, equidade, inclusão, acessibilidade, tolerância ao risco, filosofias de remuneração, entre outros. E eles precisam fazer parte da pauta do colegiado, impulsionando um discurso saudável e de confiança”.
. Alinhamento consistente – A falta de alinhamento entre cultura, valores ou expectativas de uma empresa pode prejudicar o progresso e a estabilidade do negócio rapidamente. Assim, a atuação conjunta entre o CEO e o conselho ajuda a superar os obstáculos que surgem no caminho.
“CEOs experientes fazem questão de promover e facilitar conversas com seus conselhos que podem funcionar como verificações da realidade, questionando se a direção que a empresa está tomando está correta, assim como sua velocidade. Essas conversas promovem uma troca de informações úteis ao mesmo tempo que transmitem empatia, aumentando a confiança entre os dois lados”, pontua Simões.
Quando a relação entre ambos é marcada por ruídos, a chance de pequenos problemas ganharem grandes dimensões aos olhos do conselho é grande. Por isso, investir no desenvolvimento de relações autênticas é essencial.
. Responsabilidade equilibrada – Para Simões, a responsabilidade deve ser compartilhada em ambas as vias. O CEO precisa aceitar a responsabilidade pela execução enquanto o conselho fica responsável pelo lado fiduciário e estratégico. Se algum deles falhar, a possibilidade de que uma liderança integrada esteja sendo exercida reduz drasticamente.
“Comprometa-se com as responsabilidades e espere o mesmo de sua equipe. Sempre diga a verdade”, recomenda o sócio da EXEC, pontuando que quando há a quebra de confiança entre as partes, o caminho de volta é árduo e trabalhoso. “Mas não é impossível.
A partir de uma abordagem simples, a comunicação pode ser reaberta e é possível preparar o cenário para que o conselho volte a confiar no CEO. A confiança é a base do progresso colaborativo”. – Fonte e outras informações: (https://www.exec.com.br).