Sandra Maura (*)
Nos últimos anos, tem sido cada vez mais comum se ouvir que, no futuro, todas as empresas serão de tecnologia. No entanto, apesar de ainda bastante relevante, essa é uma conversa que tem tudo para se tornar, em breve, uma discussão superada.
Afinal de contas, com a expansão de conceitos como Nuvem, Analytics e Inteligência Artificial, entre outros, parece ser praticamente impossível discordar que a base tecnológica já é imprescindível para a sustentação dos negócios, seja de qual indústria ou segmento estiver em questão.
Se olhar a tecnologia como um item estratégico já é algo indispensável para as organizações, o mesmo não pode ser dito sobre a necessidade de as equipes conhecerem em detalhes todos os bits e bytes que compõem a infraestrutura e os serviços de TI utilizados na operação.
Mais do que conhecer as soluções e monitorar discos e aplicações, as lideranças devem se preocupar em adotar os recursos que, de fato, ajudem a atender as demandas do Core Business da companhia – para todo o mais, a realidade vem trazendo também novas opções e oportunidades de sustentação dos ambientes, como é o caso do Outsourcing de TI, por exemplo. Há inúmeros motivos para se investir nesse modelo de trabalho, com a contratação de consultorias e integradoras especializadas na implementação de tecnologia.
Entre as razões, podemos destacar, quatro pontos principais: a oportunidade para reduzir a constante pressão sobre os custos; a possibilidade de se permitir que as equipes de TI foquem apenas nas atividades que gerarão maior retorno para seus negócios; a chance de mitigar a latente dificuldade de se encontrar mão de obra formada e preparada; e, ainda, a capacidade de diminuir a complexidade em torno do processo de inovação das áreas de TI modernas.
Até porque o outro lado da moeda da digitalização dos processos é que a mesma tecnologia que ajuda a simplificar a rotina de consumidores e usuários também tem aumentado consideravelmente os desafios enfrentados pelos times de Tecnologia da Informação e de Inovação nas empresas.
Segundo dados de uma recente pesquisa da Dynatrace, por exemplo, 74% dos CIOs acreditam que, em breve, será extremamente difícil realizar ações manuais para gerenciar a performance das redes com eficiência. É neste cenário que o Outsourcing de TI tem ganhado ainda mais força nos últimos anos, ajudando as lideranças executivas a gerenciarem toda a pilha tecnológica, sem a necessidade de se investir em uma ampla estrutura local, com especialistas em diversas linguagens e processos (sempre em constante mudança).
Essa oportunidade significa a redução de custos e o maior foco estratégico no que realmente importa. Não por acaso, estudos do Gartner indicam que a terceirização de serviços de TI pode gerar, em média, economias de até 30% nos custos associados à sustentação das redes e aplicações. Outro benefício destacado pela análise é a redução dos períodos de interrupção, os downtimes, à medida que as companhias ganham uma equipe 100% dedicada à manutenção da alta performance dos sistemas.
Além disso, temos de reiterar que estamos em tempos de escassez de talentos. Contratar, reter e treinar profissionais é um desafio (de tempo e dinheiro). Estima-se que, hoje, há um gap de pelo menos 400 mil especialistas, desde o desenvolvimento e análise de sistemas até a gestão de cibersegurança, segundo relatório da Softex, organização social voltada ao fomento da área de TI no Brasil.
Nesse sentido, a entrega de serviços especializados de TI surge cada vez mais como uma oportunidade para equilibrar os investimentos em equipe, em capacitação de pessoas e em toda a cadeia de gestão de recursos. A terceirização da operação e desenvolvimento de TI tem sido um tema presente na lista de discussão das lideranças corporativas há anos.
No entanto, a verdade é que a realidade imposta pela aceleração da transformação digital, o avanço dos novos modelos de trabalho descentralizado e a dificuldade de se formar times tem, também, trazido novos argumentos para essa discussão sobre a importância do outsourcing de serviços de tecnologia. É preciso ponderar esses pontos na hora de se avaliar essa movimentação rumo à colaboração.
Do mesmo modo, é fundamental que a escolha desses parceiros ocorra de maneira assertiva, buscando companhias que de fato possam ajudar a otimizar o dia a dia, prestando apoio ágil, adequado e coerente às organizações. É necessário que haja sinergia entre os times, e que o parceiro seja capaz de se adaptar ao contexto e às características da operação a qual se está apoiando.
As vantagens desse trabalho em conjunto são inegáveis. Por meio dessa colaboração, temos a chance de simplificar a escalabilidade dos ambientes, tornar mais fácil o acesso a especialistas e permitir que as operações tenham custos mais baixos, sempre com capacidade de concentrar os recursos (time e tempo) no desenvolvimento real da companhia.
Vivemos um mundo interdependente e ganharão aqueles que souberem extrair o melhor das parcerias rumo à construção de empresas mais sustentáveis, eficientes, rentáveis e prontas para inovar.
(*) – É CEO da Topmind (https://topmind.com.br/).