Ricardo Ramos (*)
O preço informa ao mercado o posicionamento de valor pretendido pela empresa para o produto ou marca e é um elemento flexível, podendo ser alterado de forma rápida, segundo os pais do marketing, Philip Kotler e Kevin Lane Keller.
É difícil a busca pelo equilíbrio entre preços vantajosos para o negócio e, ao mesmo tempo, irresistivelmente atraentes para os clientes, mas não é impossível. A empresa deve levar em consideração variáveis como o custo de produção, valor praticado pelos concorrentes, promoções sazonais, estratégia da marca, entre outras. A precificação deve ser baseada em um objetivo claro. As condições do mercado mudam o tempo todo, é preciso acompanhar as oscilações.
Veja cinco ações que fazem a diferença no momento de pensar em preços efetivos tanto para empresas como para consumidores.
1- Usar a tecnologia para precificar
Monitorar o sobe e desce dos preços no Brasil é difícil, principalmente para grandes marcas que precisam ficar de olho em diversos produtos num crescente número de canais. Usar a tecnologia a favor da precificação é uma escolha inteligente para otimizar processos. O ideal é contar com a ajuda de uma ferramenta de pricing capaz de fornecer informações em tempo real sobre preços, concorrentes e traduzir o comportamento do consumidor para elaborar o melhor valor com base em dados bem fundamentados.
2 – Preço ou valor?
Um produto é muito mais do que o preço para o consumidor final, existe um valor agregado à marca. É importante a empresa usar estratégias de marketing e comunicação para destacar os diferenciais dos seus produtos e serviços. Ao mostrar a qualidade de um item, o preço aplicado pode ser justificado, o que parece caro à primeira vista, pode não ser.
3 – Posicionamento em relação à concorrência
Para precificar de forma justa é preciso saber como a concorrência tem trabalhado os preços. Não é uma questão de copiar os valores determinados por outras empresas, mas não é aconselhável adotar valores muito altos ou baixos demais em comparação aos concorrentes, tudo depende da estratégia do comerciante. Em um lançamento, por exemplo, talvez valha a pena reduzir um pouco a margem de lucro para os itens se tornarem conhecidos. No entanto, é necessário reforçar o caráter excepcional do valor promocional que tem uma duração determinada.
4 – Feedback dos clientes
Ouvir o que o cliente tem a dizer sobre a marca e os preços dos produtos é uma experiência enriquecedora para qualquer empresa. É impossível adotar uma política justa de pricing sem ouvir os consumidores, é preciso estar aberto tanto para elogios quanto críticas. O ideal é que a empresa realize pesquisas periódicas para conseguir fazer os ajustes necessários no valor com base em suas necessidades internas e também na resposta do público.
5 – Transparência e clareza
Ser transparente em relação aos preços, evitando surpresas desagradáveis para os clientes é uma forma de fidelizá-los. Disponibilizar informações claras e detalhadas sobre os valores dos produtos ou serviços oferecidos é uma ação que deve guiar empresas brasileiras. Aproveitar datas sazonais para oferecer descontos, promoções e outras facilidades devem estar no radar.
(*) CEO da Precifica.