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O que a filosofia japonesa tem a ensinar aos executivos

em Destaques
terça-feira, 28 de janeiro de 2020

Quanto falta para o final de semana? Este questionamento está presente com frequência na rotina das empresas brasileiras nas quais 40% dos trabalhadores encontram-se insatisfeitos com o cargo atual enquanto 64% gostaria de trocar de emprego para sentir-se mais feliz, de acordo com a mais recente pesquisa da Isma Brasil (International Stress Management Association).

Diante desta realidade, o Ministério da Saúde divulgou no último ano que 79% da população afastou-se do trabalho no período de 2012 a 2016 devido a doenças psicológicas. A instituição indica que a principal responsável por estes casos é a depressão (30,67%), seguida pela ansiedade (17,9%).

De acordo Sérgio Guerra, CEO da SG – Aprendizagem Corporativa, esse cenário pode começar a ser explicado pelo conceito chamado “VUCA” (volátil, incerto, complexo e ambíguo), que aponta que a sociedade atual é fortemente marcada pelas transformações constantes e disrupção em todos os níveis.

“Atualmente, as pessoas enfrentam uma etapa de grandes mudanças sociais, com quebra de padrões e um bombardeio de informações. Ao tentar atender às cobranças que surgem a cada dia, elas deixam de trabalhar o autoconhecimento, por exemplo, e entram em modo de piloto automático para conseguir lidar com os desafios do cotidiano.

Nesse contexto, em que é possível se desconectar de si mesmo em um piscar de olhos, a infelicidade aparece”, afirma. Indo na contramão desse fato tão marcante do mercado de trabalho atual, a ilha de Okinawa consegue ser sinônimo de uma vida alegre e equilibrada. A pequena ilha no Sul do Japão intriga os pesquisadores da área de Saúde, pois a proporção de moradores que alcançam idade igual ou acima de 100 anos com boa disposição é de 24 para cada cem mil habitantes, média muito superior à do resto do mundo.

Entre as descobertas para a ocorrência deste índice está o “propósito”. Ou, colocado de maneira mais simples, o motivo para levantar da cama todos os dias, o que os habitantes de Okinawa chamam de “Ikigai”. Ao ligar os termos “ikiru” (viver) e “kai” (realizar o que se espera), a filosofia japonesa resume a razão de viver em um único termo. Assim, os adeptos partem à procura de harmonia, plenitude e longevidade nos diversos segmentos da vida a fim de equilibrar quem são com o que fazem.

Os japoneses acreditam que cada indivíduo apresenta infinitos ikigai e as pessoas devem se propor a identificá-los desde as coisas mais simples (como ir a determinado restaurante) até as mais ambiciosas por meio de uma jornada de autoconhecimento. “Não se trata de definir o ser humano pelo trabalho exercido. Mas o trabalho tem muito a ver com a realização desse propósito. Na verdade, a proposta é desenvolver um comportamento mais humanizado com o intuito de aumentar o nível de felicidade.

É saber reconhecer o papel que devemos desempenhar neste planeta. É uma trajetória complexa, mas muito valiosa”, pontua Guerra. Para quem pretende encontrar o seu Ikigai, o especialista em treinamento indica a elaboração de um diagrama composto por quatro esferas: o que você ama, em que apresenta alto desempenho, o que pode garantir o seu sustento e no que é capaz de auxiliar a sociedade.

Em seguida, é preciso fazer as intersecções dos dados:

  • O que você ama + em que apresenta alto desempenho = paixão
  • Em que apresenta alto desempenho + o que pode garantir seu sustento = profissão
  • O que pode garantir seu sustento + no que é capaz de auxiliar a sociedade = vocação
  • No que é capaz de auxiliar a sociedade + o que você ama = missão

Fonte e mais informações: (www.learningsg.com).