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O ‘profissional T’ e como esse perfil pode mudar a dinâmica da equipe

em Destaques
terça-feira, 28 de junho de 2022

Cristovão Wanderley (*)

Quando você monta uma equipe ou squad para atuar em um determinado projeto, qual é a prioridade ao escolher quem vai estar ao seu lado, do planejamento à entrega: o currículo, a experiência profissional ou o perfil da pessoa?

Particularmente, acredito que o lado humano deve prevalecer antes de qualquer local por onde o profissional passou ou as oportunidades que teve. Afinal, tudo começa por quem somos. Estudo, trabalho, conquistas e evolução, por mais oportunidades que surjam ao longo do caminho, caberá a cada um de nós, como pessoa, escolher se vamos trilhá-lo ou não.

E, ultimamente, eu tenho me interessado cada vez mais em trabalhar com um perfil conhecido como o profissional T. Já ouviu falar nesse conceito? O profissional T ou T-shaped professional é uma expressão que se refere à combinação de habilidades que privilegia tanto a profundidade quanto a quantidade.

É como a letra T no alfabeto, há uma linha horizontal conectada a uma linha vertical em seu centro: a horizontal mostra a diversidade de conhecimento, enquanto a vertical representa a profundidade de uma área que fica localizada no centro dessas características. A busca por esse perfil profissional tem atraído perfis mais jovens para o mercado e tem sido bastante utilizada em squads e formações de times ágeis, por exemplo.

De acordo com Tim Brown, Executive Chair da IDEO e uma referência em Design Thinking, pessoas de perfil T são, acima de tudo, empáticas e colaborativas. Elas trabalham bem em grupo, são boas em ouvir as ideias dos outros e trabalhar de forma colaborativa para que elas sejam desenvolvidas.

Principalmente em áreas de inovação e tecnologia, a combinação entre especialista e generalista permite que a pessoa esteja sempre navegando nas mais diversas áreas de conhecimento para absorver informações em diferentes camadas.

E quando chega o momento de se aprofundar em apenas uma delas, ele não tem dificuldades em dominar aquele tema. É interessante o potencial de resiliência e versatilidade de um profissional T, assim como a sua criatividade, autonomia e a busca frequente por conhecimento.

Resumindo, suas qualidades são:

  1. Equilíbrio: entre o generalista e o especialista, a estabilidade entre os pontos positivos e negativos dessas duas características.
  2. Visão ampla: o profissional T é curioso e não se limita à sua área de atuação. Essa busca constante por conhecimento e informações lhe dá um panorama geral sobre um possível problema.
  3. Trabalho em equipe: seu conhecimento permite que ele troque ideias e colabore com outros profissionais de diferentes perfis da equipe. Isso sem falar na sua criatividade e habilidade em resolver problemas.

Como essa metodologia funciona na prática? Nem todo mundo sabe, mas na Stratlab nós sempre procuramos priorizar dar oportunidade para as pessoas, até mesmo antes de saber se estudou em universidades renomadas ou trabalhou em grandes empresas.

Essa iniciativa, intrínseca ao nosso DNA, nos possibilitou trabalhar ao lado de diferentes perfis, os quais me proporcionaram boas trocas e muito aprendizado. E no caso do profissional T não é diferente.

Quando alguém com essas habilidades e capacidades é conectado à tecnologia, pode trazer resultados surpreendentes, além de mudar processos estabelecidos e sempre provocar a inovação dentro do time. E não é assim que a inovação começa?

Usar a tecnologia, os dados e uma metodologia como lifelong learning é importante para encontrar novos perfis e aprender cada vez mais sobre as pessoas, o que é essencial para a evolução do trabalho e da equipe. É se adaptar ou ficar pra trás. Ou a ideia é continuar fazendo a mesma coisa todos os dias, enquanto espera pela mudança?

(*) – Formado em Design Gráfico pela FAAP e com especialização em MKT, DMB, e Big Data, pela ESPM, é especialista em Tecnologia e Dados, é sócio-diretor da Stratlab (www.stratlab.com.br).