O ministro da Justiça, Osmar Serraglio, disse ontem (3) que o governo estuda fazer um mutirão para identificar processos de demarcação de terras indígenas que sejam “lentos e amarrados”.
“O governo quer legalizar as demarcações. O que queremos fazer é, talvez até com o regime de mutirão, passar a identificar os processos que estão muito lentos, amarrados e, eu diria, até dificultados”, disse.
No último domingo (30), um grupo de indígenas da etnia Gamela foi atacado por homens armados com facões e armas de fogo no Povoado de Bahias, em Viana, no Maranhão. A região é palco de disputa por terra e conflitos agrários entre fazendeiros e índios. Perguntado sobre se o governo planeja substituir o atual presidente da Funai, Antônio Fernandes Toninho Costa, o ministro disse que em um governo de coalizão, essa decisão não cabe apenas ao ministro da Justiça.
“Nós vivemos em uma coalizão. Nela, se identifica eventuais pessoas de confiança. Nós construímos essa coalizão através de uma partilha com os diversos partidos. Assim também ocorre com a Funai. Então não é o ministro da Justiça quem vai decidir em relação ao presidente da Funai. Claro que vai ser o ministro quem vai identificar a proficiência e a qualificação possível”, disse Serraglio, ao informar que está em contato constante com a PF, para se manter informado sobre o ataque aos índios Gamela. De acordo com o Cimi, pelo menos 13 índios foram feridos por facadas, pauladas e tiros (ABr).