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O conhecimento como ferramenta para empreendedoras

em Destaques
quarta-feira, 22 de novembro de 2023

Sabrina Sciama (*)

De leste a oeste, passando por todos os continentes mundo afora, as mulheres desempenham um papel fundamental na construção de economias robustas e na promoção da inovação. O empreendedorismo feminino vem sendo cada vez mais o foco de organizações ao redor do mundo devido ao impacto positivo que pode trazer para toda a sociedade. Seja você é uma aspirante a empreendedora ou uma mulher de negócios experiente, conhecer as histórias de mulheres que enfrentaram adversidades e perseveraram é sempre inspirador.

Na Visa, investimos tempo, esforços e capacitação tanto para nossas executivas e profissionais quanto para as empreendedoras. Neste ano completamos, aqui no Brasil, o quarto ciclo do programa dedicado à capacitação e mentoria, em parceria com a Rede Mulher Empreendedora (RME), voltado a mulheres donas de negócios no Brasil. As participantes que apresentam o melhor desempenho ainda são contempladas com um capital semente para investirem em seus negócios. Para a edição atual, fizemos uma parceria com a CAIXA, dentro de seu programa Mulheres de Favela, para conseguir focar na aceleração de empreendedoras das comunidades do Complexo da Penha (RJ), Alto de Coutos (BA) e Heliópolis (SP).

Com o objetivo de valorizar as histórias das mulheres que se empenham na abertura e consolidação de um negócio próprio, peço licença para abrir um espaço neste artigo onde elas possam contar um pouco sobre suas experiências. Abaixo, Ana Carla, Gisele e Josélia, vencedoras da edição mais recente do desafio que realizamos entre as mulheres dessas comunidades, compartilham suas percepções sobre a jornada da mulher empreendedora e dão conselhos valiosos para aquelas que pensam em trilhar esse caminho:

Foco na capacitação

“Conhecimento faz toda a diferença para quem está começando”, afirma Ana Carla Cavalcante, proprietária do Dona Flor – Ateliê Botânico. Foi em busca da capacitação necessária para fazer decolar seu próprio negócio que a carioca Ana Carla buscou o Mulheres de Favela. “Fizemos uma trilha de aprendizado que incluía formações em educação financeira, gestão do negócio, noções de logística, entre outros tópicos. O meu conselho para todas que desejam empreender é que busquem o conhecimento com quem sabe o que fala. Quando a gente se enxerga como uma empresa e compreende que o nosso negócio é o meio de sobrevivência que desejamos, não tem como dar errado”.

Autoestima resgatada

Para a pedagoga Gisele Estrela de Aquino, moradora do bairro Alto de Coutos, em Salvador (BA), a decisão de empreender surgiu em um momento de adversidade. “Fiquei desempregada em novembro de 2022 e diante disso resolvi empreender. Conversei com a minha sogra, que me cedeu um espaço em sua casa para eu montar um centro psicopedagógico para crianças da minha comunidade”, recorda Gisele. Buscar a capacitação teve impacto não apenas no negócio, mas na própria profissional. “A frustração que veio logo após o desligamento do meu emprego foi substituída por um sentimento de confiança muito forte. Quanto mais eu aplicava no meu dia a dia o que aprendia, mais eu via surgirem os bons frutos. A cada novo aluno conquistado, ganhava força em mim a convicção de que era possível ser bem-sucedida em um empreendimento próprio”.

Sempre é tempo de aprender

Josélia Silva Costa é cabelereira há 22 anos na comunidade de Heliópolis, em São Paulo. Mesmo com tanto tempo de atuação, a empreendedora é enfática ao defender a importância de buscar conhecimentos novos para a manutenção e crescimento da empresa. “O mercado está em constante evolução. Novas metodologias aparecem quase que diariamente. Eu já tinha feito alguns cursos, mas sentia que precisava passar por uma reciclagem. Adquiri noções novas de contabilidade, precificação e gestão. Todas as mulheres que já empreendem ou que pensam em começar nessa caminhada devem ter em mente que o processo de aprendizado é contínuo, independentemente de qual seja o seu comércio”, defende Josélia, que finaliza com um chamado: “Tão importante quanto aprender é compartilhar o conhecimento adquirido. Sobretudo nós, mulheres, devemos sempre compartilhar o que aprendemos com outras que também nutrem o sonho de se tornarem empreendedoras e donas do próprio destino”.
O que une as dicas dessas empreendedoras vencedoras é a valorização de cursos e busca de conteúdo para preparar seu negócio e crescer. Sabemos que as horas da mulher empreendora concorrem com as vendas em si e com os cuidados com a própria família, mas a renovação do conhecimento também pode ser encaixada nesta agenda concorrida.

(*) Diretora executiva de Comunicação Corporativa da Visa do Brasil.