O mercado de nearshoring, estratégia industrial que envolve a realocação de fábricas e produção para outros países, deve ganhar força em toda América Latina e isto não será diferente para o Brasil. O país poderá se aproveitar de espaços que não foram totalmente atendidos no último ano e atrair serviços globais para o território nacional.
De acordo com Mario Veraldo, CEO da empresa de logística MTM Logix, com a geração de 93% de eletricidade por meio de fontes limpas e com potencial em minerais para baterias, a região se destaca e deve atrair novos olhares de investidores.
Esta matriz energética mais limpa e econômica permite ao Brasil competir, de maneira disparada, como plataforma exportadora de baixa pegada de carbono. O país também pode transformar seu vasto mercado consumidor em uma base complementar de produtos e matérias-primas.
De acordo com CEO, outro fator que deve gerar grandes oportunidades para a economia brasileira será a demanda chinesa por construção e consumo, setores nos quais o Brasil é um grande fornecedor de matérias-primas. O mercado de nearshoring deve crescer a uma taxa de crescimento anual composta (CAGR) de 10,3% de 2021 a 2025, de acordo com um estudo da Deloitte.
Além disso, a última projeção do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) aponta que o Brasil pode exportar mais US$ 7,84 bilhões se navegar na onda do movimento.
Mesmo com perspectivas otimistas, o país enfrentará desafios em 2024, com uma possível diminuição do crescimento global e tensões geopolíticas, que podem afetar a economia, em especial o mercado de commodities.
“Tais condições desfavoráveis também podem se tornar oportunidades se houver uma onda de cortes nas taxas de juros e a desvalorização do dólar globalmente, o que tem boas chances de ocorrer”, diz Veraldo. A MTM Logix aponta que o país também exibe potencial exportador em áreas como aviação civil, saúde, tecnologia da informação, telecomunicações e, principalmente, em mineração de lítio, o principal componente de baterias de carros elétricos.
O Brasil também enfrenta forte concorrência de economias mais próximas aos principais mercados consumidores e, para driblar este fato é preciso tomar proveito do posicionamento político e geográfico, visto que o Brasil pode atender o resto da América Latina, o sul da África e o norte da Europa.
Além disso, a expansão dos negócios chineses deve ocorrer em países considerados estratégicos para a China, como a África do Sul e o Brasil, que é base exportadora para os demais países da região e possui possibilidade de exportar para os EUA, já que a guerra comercial com a China não permite essa relação direta.
Espera-se que a consolidação do nearshoring produza benefícios significativos em toda a região da America Latina, incluindo a recuperação econômica e a desaceleração da inflação, realocando investimentos no valor de US$ 30 bilhões a US$ 50 bilhões, antes destinados à Ásia.
Brasil e México têm sido ativamente promovidos como destinos de nearshoring, sobretudo para as empresas que procuram externalizar operações de fábrica. O Brasil, por exemplo, está melhorando seu ambiente de negócios para atrair investimentos estrangeiros diretos por meio de medidas como o estabelecimento do Ombudsman para Investimentos.
Porém, ainda enfrenta alguns problemas que podem afetar as iniciativas, como a inflação elevada; instabilidade econômica, pois a economia do Brasil é conhecida por ser volátil, com flutuações nas taxas de câmbio; e falta de infraestrutura, o que pode trazer dificuldades para as empresas acessarem os recursos e conseguirem o apoio que necessitam para operarem eficazmente.
Assim, é preciso “arrumar a casa” para que mais oportunidades surjam para o Brasil.
“Nosso papel como empresa é fazer com que o processo seja mais eficiente e ajudar os clientes a aterrizarem nos mercados que vão se beneficiar com essa nova megatrend”, finaliza Veraldo. – Fonte e outras informações: (https://mtmlogix.com).