O ex-executivo da Odebrecht, Fernando Migliaccio da Silva, que confessou ser o responsável pelas entregas em dinheiro vivo do Setor de Operações Estruturadas – o departamento da propina -, afirmou em depoimento ao TSE que seu “recorde” foi a entrega de R$ 35 milhões em um único dia.
E que havia um “conceito de segurança” para as entregas para que os valores não ultrapassassem os R$ 500 mil.
“Só que, devido à pressão e à demanda, teve um dia que eu fiz R$ 30 milhões. Então, a gente dividia em tranches para não passar de R$ 500 (mil)”, afirmou Miagliaccio, ao ministro do TSE, Herman Benjamin, relator da ação contra a chapa Dilma Rousseff/Michel Temer. Ele explicou que trabalhou de 2009 a 2015 no Setor de Operações Estruturadas e que o departamento era apresentado como responsável pelo “planejamento fiscal” do grupo.
O juiz auxiliar do TSE, Bruno César Lorencini, perguntou ao depoente qual a função, na prática, do Setor de Operações Estruturadas. “Na prática, não sei na gênese da coisa qual era, mas quando eu entrei, que ele já existia, era para fazer pagamentos paralelos”, explicou o delator. “(Pagamentos) Fora de contabilidade”. Os valores que abasteciam o setor eram retirados de contratos internacionais do grupo Odebrecht. Segundo explicaram os delatores para o TSE, a empresa acertou o repasse de R$ 150 milhões para a campanha de reeleição de Dilma, em 2014. Por meio de nota, a assessoria de imprensa da ex-presidente da República Dilma Rousseff refutou as informações (AE).