O mercado de NFTs (tokens não-fungíveis) acabou? Quem defende este ponto está equivocado. Segundo estudo da Binance Research, este mercado movimentou US$ 24,7 bilhões em 2022 ? alta de 10% em relação ao ano anterior. Este número foi registrado em pleno inverno cripto, no qual os investidores de criptoativos enfrentou dificuldades.
Criados por Kevin McCoy e Anil Dash em 2014, quando eles venderam um vídeo da esposa de um deles dançando no Namecoin. Foi nos três primeiros meses de 2021 que este mercado explodiu, com mais de US$ 200 milhões comercializados no período.
Em entrevista à Época Negócios, o CEO Devin Finzer do OpenSea, a principal plataforma na qual as NFTs são comercializadas, este mercado está evoluindo ? em vez de ser um meio de vender e colecionar arte, ele se tornou um meio de inovar nos negócios. “É uma evolução natural. Agora há uma abertura para casos inovadores e vemos inovações nos games, na música e nos grandes eventos”, diz.
Desta forma, as 7 principais tendências para a inovação com NFTs são:
- – NFT Games – Não se engane: os NFT Games são uma tendência fortíssima do mercado. Neles, os jogadores podem conquistar itens e colecionáveis e usá-los em outros jogos ? os vendendo ou transferindo através da blockchain.
Existem dois tipos de jogos NFT: os que usam a mecânica Play-To-Earn (P2E), no qual o jogador pode monetizar seu desempenho no jogo, e Move-To-Earn (M2E), que consiste em permitir que o usuário ganhe criptoativos à medida que se move.
Entre os principais games com tokens não fungíveis do mercado estão Last Survivor, Axie Infinity, The Sandbox, Dustland Runner e Genopets.
Segundo Zoe Wei, diretora sênior de negócios da BNB Chain, apontou que o modelo era focado no mecanismo de monetização e não na diversão ? o que deve mudar. Para ela, a situação deve mudar. “Já vimos inúmeros estúdios de jogos se aventurarem na web3 no ano passado, e essa é uma tendência que continuará em 2023”, conta.
- – Inteligência Artificial Aplicada a NFTs – Neste ano, a funcionalidade Magic Lens do aplicativo Lensa inundou as redes sociais com a criação de imagens com inteligência artificial (IA). Ferramentas como DALL-E e Midjourney são outros usos comuns da tecnologia para a criação de arte.
Uso mais comum dos NFTs, a criação de obras de arte pode se beneficiar do uso de inteligência artificial. Desta forma, é possível personalizar o token não-fungível ao desejo do cliente ? seja um retrato detalhado ou peças bem humoradas. Além disso, a produção em grande escala torna- se ainda mais fácil.
- – NFT na Música – Outro uso das NFTs no mercado cultural é a música. Isso permite a criação de ativos únicos, como músicas exclusivas e conteúdos de bastidores ? não há limite para a criatividade do artista. Este modelo de negócios com uso da blockchain ainda pode usar as NFTs de investimento, que consistem na compra de direitos autorais.
“Elas têm alto de valor de mercado, rentabilidade e forte mercado de revenda”, explica Guilherme Rocha, sócio-fundador da Muzik-Art. Segundo ele, há uma tokenização da experiência e torna os fãs sócios do artista.
- – Ingressos NFT – Já o mercado de eventos é outro que está se beneficiando com os tokens não-fungíveis. Os ingressos NFT oferecem maior segurança e transparência à comercialização dos tickets. “A revolução está em eliminar os intermediários, dar transparência e limitar a ação de cambistas, por exemplo”, afirma Rocha, que ressalta o fato de não ser necessário ter um sistema de vendas.
Todo esse processo acontece sem contar com nenhum tipo de intermediário, já que o produto não exige a necessidade de um sistema de vendas e limita ações relacionadas a pirataria ou cambistas.
“A revolução está em eliminar os intermediários, dar transparência e limitar a ação de cambistas, por exemplo”, reforça Rocha. No âmbito criativo, é possível usar a NFT nos ingressos para oferecer experiências inovadoras ? entre eles, acesso a conteúdo sob demanda e atrações inovadoras.
- – NFT Em Transmissões Ao Vivo – Outra tendência do uso de NFTs é o uso dela no mercado dos streamers. Claro, produtores de conteúdo podem comercializar os próprios tokens não-fungíveis e tê-los como outra forma de monetização.
No entanto, é possível usá-las para ativar ações na tela das transmissões ao vivo através da plataforma de streaming utilizada pelo streaming.
Quem vê este potencial é a rede de engajamento P2P IOXtream, na qual a compra de NFTs parceiros desencadeia interações e efeitos visuais. “É um formato de mídia descentralizada, onde o próprio NFT causa uma ação de mídia”, explica o CEO Lucas Longhi.
- – NFTs Fracionadas – Também conhecidos pela sigla F-NFTs, os NFTs Fracionados permitem a divisão de um ativo digital em mais de uma parte. Ou seja, mais de uma pessoa pode adquiri-lo, dividindo sua posse. Desta forma, esta tendência está tornando os tokens não-fungíveis mais acessíveis e inclusivos ? o que amplia a gama de possibilidades para os criadores e colecionadores de NFTs.
- – Token-Gating – Outra tendência que está impulsionando o mercado de NFTs é o token-gating, que consiste na criação de um ativo que funciona como porta de entrada a experiências e benefícios. Segundo Caio Barbosa, CEO da Lumx Studios, isso se deve ao fato dos tokens não-fungíveis serem utilizados como meio, não fim, além de ajudarem a gerir comunidades com maior profundidade e reciprocidade.
“A marca não quer só comunicar, ela quer impactar, trazer o consumidor para perto e escutar o que ele tem a dizer”, explica. Para ele, um grande exemplo é o .SWOOSH, da Nike, que mapeou a cultura de apaixonados por sneakers e usou para impulsionar a cultura e produtos da gigante americana. – Fonte: (https://www.lumxstudios.com/).
