Na sexta-feira (8), a primeira-ministra do Reino Unido, Theresa May, alertou que uma nova rejeição de seu acordo para sair da União Europeia pode fazer o país permanecer no bloco de forma definitiva.
O Parlamento já rejeitou a primeira versão do tratado do Brexit e o votará novamente, sem mudanças significativas no texto, nesta terça-feira (12).
“Rejeitar o acordo significa que ninguém sabe o que acontecerá: podemos não sair da UE por muitos meses, podemos sair sem as proteções que o acordo prevê, e podemos não sair”, declarou May. O acordo é rejeitado pelo Partido Trabalhista, de oposição, que se divide entre os que pregam a manutenção do Reino Unido em uma união aduaneira com a UE e os que querem um novo plebiscito sobre o Brexit, mas também é rechaçado dentro do próprio Partido Conservador, liderado pela primeira-ministra.
Facções da legenda governista criticam o “backstop”, mecanismo que prevê fronteiras abertas entre República da Irlanda e Irlanda do Norte, caso Londres e Bruxelas não fechem um acordo comercial durante o período de transição do Brexit, até 31 de dezembro de 2020.
Segundo os “brexiteers” mais radicais, esse instrumento pode criar uma espécie de fronteira entre a Irlanda do Norte e o restante do Reino Unido. May foi a Bruxelas para tentar renegociar o backstop, mas a UE rejeitou alterar o acordo. O Brexit está marcado para o próximo dia 29 e, se não houver acordo, a ruptura pode ser total e imediata, o que provocaria uma severa crise econômica e de abastecimento no Reino Unido (ANSA).