O ministro Carlos Marun, da Secretaria de Governo, disse ontem (15) que apresentará, na próxima sessão conjunta do Congresso Nacional, o pedido de impeachment do ministro do STF, Luís Roberto Barroso.
“Entendo que esse surto absolutista na mente do ministro Barroso tem de ser detido”, disse Marun ao deixar a EBC, onde participou do programa Por Dentro do Governo, da TV NBR. De acordo com Marun, há elementos suficientes para justificar o pedido. “Minha expectativa é de que na próxima sessão do Congresso eu me licencie [do cargo de ministro] e vá, na condição de deputado, entregar ao Eunício Oliveira [presidente do Senado e do Congresso] o meu pedido”.
Durante o programa, Marun fez críticas a Barroso, tanto por ter quebrado o sigilo bancário do presidente Temer, quanto por ter decidido restabelecer apenas em parte o decreto de indulto natalino editado no ano passado. Ao fazer isso, Barroso manteve fora do indulto os presos que cometeram os chamados crimes de colarinho branco. “Barroso quebra, agride e desrespeita a Constituição. Ministros não estão no STF para quebrar a Constituição. Eles não legislam. Essa síndrome de Luís XIV, aquele que declarou L’État, c’est moi [o Estado sou eu], tem de ser detida”, disse Marun.
“Não estamos constrangendo o Barroso. Estou atuando no sentido de deter esse espírito absolutista”, acrescentou, ao lembrar que a ex-presidente Dilma Rousseff também usou desse expediente (ABr).