A senadora e pré-candidata à prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (PMDB), afirmou que a falta de diversidade no gabinete ministerial do presidente em exercício, Michel Temer, à primeira vista é “um horror”, mas quando se analisa melhor a situação, vê-se que ele não tinha muita escolha.
“Quando um presidente é eleito para um mandato de quatro anos, ele faz acordos, mas também escolhe quem ele quer para o ministério, chama um técnico, alguém da sociedade civil. A situação do Temer é diferente, pois ele precisava fazer uma composição partidária, para conseguir ter união, passar leis necessárias, resolver o legado do governo Dilma, que deixou um verdadeiro caos na economia”, comentou em entrevista para o programa Entre Nós, da TV Estadão.
Marta diz ainda que foi bom ter alguém com o perfil de Temer para assumir o governo após o afastamento da presidente Dilma Rousseff, já que poucos políticos têm a sua capacidade de aglutinar o Congresso e passar projetos difíceis que precisam ser aprovados para ajustar a economia. “Ele aceitou indicações partidárias, e agora a cada hora tem de tirar um ministro, mas com isso já passamos várias leis que com Dilma eram impossíveis”. Segundo a senadora, no governo Dilma o País estava paralisado, sem conseguir encaminhar nenhum projeto.
Defensora do impeachment, Marta afirmou que há base legal para a saída de Dilma, mas ressalta que a presidente afastada também caiu por erros políticos. “Ela caiu pela questão jurídica, que existe mesmo, mas se tivesse sido uma ótima administradora, isso não estaria nem em pauta. O impeachment tem como base principal a questão política, a dificuldade dela de dirigir o País” (AE).