O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, lamentou ontem (31), a decisão do presidente eleito, Jair Bolsonaro, de fundir, no próximo governo, a Pasta com a do Meio Ambiente. Maggi avaliou que a fusão trará prejuízos ao agronegócio brasileiro, muito cobrado pelos países da Europa pela preservação ambiental.
Em comunicado, o Ministério da Agricultura informou que, ao longo dos últimos dois anos e meio, Maggi “viajou pelo mundo divulgando a sustentabilidade do agronegócio brasileiro e cobrando preferência pelos produtos do Brasil por causa dos custos dos produtores em manter reservas ambientais em suas propriedades”. O ministro relatou que 66% do território original do País segue preservado “graças à ação dos produtores brasileiros” e o discurso, segundo Maggi, pode ser prejudicado com a fusão das duas áreas.
Segundo ele, as missões são convergentes em alguns pontos, mas, no geral, possuem temas próprios que necessitam de atenção. “Existem muitos fóruns importantes nos quais o Brasil deve marcar sua posição, mas não será possível para um ministro participar de todos sozinho”, informou o ministro.
Maggi ponderou também que o Meio Ambiente trata de questões em áreas não ligadas ao agronegócio, como energia, infraestrutura, mineração e petróleo, assuntos que seriam de difícil conciliação com a fusão. “Como um ministro da Agricultura vai opinar sobre um campo de petróleo ou exploração de minérios?”, questionou (AE).