Eleito pela terceira vez consecutiva deputado federal pelo Psol do Rio de Janeiro, Jean Wyllys afirmou na quinta-feira (24), em entrevista à Folha
de S.Paulo, que abrirá mão do novo mandato e deixará o Brasil.
Desde o assassinato da vereadora Marielle Franco, em março do ano passado, o parlamentar vive sob escolta policial.
Com o aumento das ameaças de morte contra ele, Wyllys, que está fora do país de férias, revelou que não pretende voltar, que se dedicará à carreira acadêmica e que abandonará a vida pública. Primeiro parlamentar assumidamente gay no Congresso Nacional, Wyllys se tornou um dos principais alvos de grupos conservadores nas redes sociais.
Diversas fake news já foram divulgadas a seu respeito, e o deputado já venceu ao menos cinco processos por injúria, calúnia e difamação.
Justificando a sua decisão, o parlamentar disse: “O [ex-presidente do Uruguai] Pepe Mujica, quando soube que eu estava ameaçado de morte,
falou para mim: ‘Rapaz, se cuide. Os mártires não são heróis’. E é isso: eu não quero me sacrificar” (ANSA).