A montadora chinesa JAC Motors, que veio em 2011 ao Brasil com o plano de instalar uma fábrica na Bahia e aproveitar o apetite do brasileiro para comprar carros, foi surpreendida pela crise econômica e decidiu cortar a maior parte do investimento previsto para a construção da unidade.
Agora, serão investidos R$ 200 milhões, em vez do R$ 1 bilhão projetado inicialmente, um corte de R$ 800 milhões, ou cerca de 80% do total.
A redução ocorre porque o governo chinês decidiu não investir mais na fábrica. Antes, os chineses eram responsáveis por 66% da JAC no Brasil, enquanto o grupo brasileiro SHC detinha os outros 34%, segundo a assessoria de comunicação da montadora. Nos últimos meses, as duas partes resolveram inverter a composição e a SHC passou a responder por dois terços do projeto, que continua previsto para ser erguido em Camaçari, na Bahia.
A opção do governo chinês por deixar de investir se deve a uma decepção com o mercado brasileiro de veículos. Em 2012, os brasileiros compraram cerca de 3,8 milhões de unidades e a expectativa da JAC era de que, em 2016, esse volume saltasse para cerca de 5 milhões. Tanto que, no projeto inicial da fábrica, a ideia era que a produção tivesse uma capacidade máxima de 100 mil unidades por ano.
Agora, com a redução do investimento, a capacidade cairá para 20 mil veículos por ano. Mesmo sem o aporte de capital, o governo chinês continuará acompanhando as operações da JAC no Brasil e, em uma possível recuperação do mercado, poderá voltar a investir (AE).