O ministro Raimundo Carreiro foi eleito ontem (7), em votação unânime, novo presidente do Tribunal de Contas da União (TCU).
Ele tomará posse na próxima semana para mandato de um ano, mas a tradição na corte é de que haja recondução por igual período. Ao discursar em plenário, Carreiro prometeu atuar em conjunto com outros órgãos de controle para melhorar os “resultados que a sociedade espera” do TCU. Para atravessar a crise econômica, disse que pretende racionalizar métodos de trabalho para “fazer mais com menos”.
Carreiro é investigado na Operação Lava Jato por suposto recebimento de propina. Ele foi citado em depoimentos de delação premiada do empreiteiro Ricardo Pessoa, dono da UTC, como possível beneficiário de R$ 1 milhão supostamente entregue ao advogado Tiago Cedraz, filho do atual presidente do TCU, Aroldo Cedraz, para influenciar decisão em processo que tratava das obras da usina de Angra 3. Os dois também são alvos da investigação, que corre em sigilo no STF.
Carreiro, Aroldo e Tiago Cedraz negam qualquer envolvimento em irregularidades. A eleição foi pro forma e só confirmou acordo previamente costurado pelos integrantes do plenário. Assume a presidência do TCU quem está há mais tempo no cargo de ministro, mas ainda não comandou o tribunal. Na votação, também foi conduzido às funções de vice-presidente e corregedor da corte José Múcio Monteiro, que deve ser o próximo presidente, no biênio 2019-2020 (AE).