Os consumidores brasileiros têm um nível significativamente mais alto de intenção de compra de carros em comparação com a média global, 70% contra 44%, respectivamente.
Além disso, 64% dos potenciais compradores de carros no Brasil estão mais propensos a adquirir um automóvel dentro de 12 meses e 36% entre 12 e 24 meses. Isso é o que aponta a edição mais recente do Índice de Mobilidade do Consumidor, pesquisa realizada pela EY, uma das maiores consultorias e auditorias do mundo.
Neste ano, a pesquisa que analisa a intenção de compra de carros, ritmo de mudança para a adoção de veículos elétricos e processo de compra de carros dos consumidores contou com 15 mil participantes de 20 países, entre eles, o Brasil, que demonstrou uma preferência maior por carro particular, mobilidade compartilhada e veículos de duas rodas do que a média global.
“O Índice de Mobilidade do Consumidor é um estudo que fornece informações únicas sobre as mudanças observadas nos padrões de viagens e no mix de mobilidade no mundo pós-Covid. Com ela também é possível notar que os consumidores brasileiros estão mais inclinados a comprar automóveis elétricos devido ao alto custo dos combustíveis e a emissão de gases, mas a falta de infraestrutura e o valor a ser investido ainda são impeditivos”, explica Marcelo Frateschi, sócio da EY especialista no setor automotivo.
Reforçando o posicionamento do executivo, o estudo traz esse aumento na inclinação do consumidor brasileiro para EVs (que incluem veículos totalmente elétricos, híbridos e híbridos plug-in) em 57%, ligeiramente acima da média global de 55%. Os principais motivos para a compra de automóveis desse tipo são os altos preços dos combustíveis e as preocupações ambientais, ambos com 46%.
Outras razões são a capacidade de tração integral (27%) e a melhor eficiência do motor elétrico ou híbrido (24%). No entanto, o custo de compra inicial (38%), falta de estação de carregamento (36%) e infraestrutura inadequada de carregamento (30%) aparecem como as três principais preocupações dos potenciais compradores no Brasil.
“Essas são dores pertinentes e importantes a serem consideradas pelos consumidores. Mesmo com todo o crescimento e desenvolvimento do mercado de veículos elétricos e híbridos no país, ainda existe um caminho a se percorrer para que toda a infraestrutura esteja de acordo com a necessidade dos motoristas”, conta Frateschi.
Em relação ao carregamento doméstico, o alto custo de instalação surgiu como a preocupação mais proeminente para 54% dos entrevistados brasileiros, contra 46% na média global. No caso do carregamento público, 54% dos participantes brasileiros estão mais preocupados em encontrar uma estação de carregamento do que com os custos de carregamento elevados, contra 46% na média global.
- Veículos conectados – De modo geral, quando se fala sobre veículos conectados, 69% dos consumidores brasileiros destacam o monitoramento de localização para segurança, contra 44% da média global. Outros 20% dos entrevistados desejam recursos como pagamentos no carro e alertas automáticos e 53% dos consumidores estão dispostos a pagar mais por recursos de segurança, como as chamadas de emergência automatizada.
Para ter acesso a esses serviços, a preferência por pagar por uso é maior do que por pagamentos à vista para 45% dos entrevistados brasileiros, contra 38% na média global. - Comportamento na mobilidade – O retorno ao trabalho e o fortalecimento do modelo de trabalho híbrido também impactam diretamente a mobilidade. Os entrevistados trabalham remotamente pelo menos 3-4 vezes por semana. No Brasil, a preferência por carros particulares (83%), mobilidade compartilhada (44%) e veículos de duas rodas pessoais (35%) é significativamente maior do que a média global, que respectivamente correspondem a 73%, 24% e 20%.
Em contrapartida, a preferência pela micromobilidade – bicicletas, patins e skates, por exemplo – (17%) está muito abaixo da média global (23%). A escolha por carro compartilhado tem médias semelhantes no Brasil (11%) e no mundo (12%).
- Tipo de veículo – Os consumidores brasileiros estão optando por veículos SUV (37%), seguido por sedan (34%), hatchback (14%) e caminhonetes (7%). A média global segue essa mesma ordem, mas com porcentagens diferentes: SUV (39%), Sedan (32%), hatchback (16%) e caminhonetes (4%).
- Varejo – Apesar dos canais online desempenharem um papel importante na fase de coleta de informações na compra de um carro, as concessionárias e showrooms continuam a desempenhar um papel vital para 60% dos entrevistados brasileiros e 61% na média global. Cenário que sofrerá mudança com a implementação de transformação digital em showrooms e experiência de compra inovadoras via online para o consumidor. – Fonte e mais informações: (https://www.ey.com/en_br).