2023 começou com Bill Gates falando que o famoso ChatGPT e, consequentemente, a evolução da IA é tão importante quanto a invenção do PC ou até mesmo da internet. E com o lançamento da plataforma e o anúncio do Bing pela Microsoft, alimentado pela mesma tecnologia do ChatGPT, a Inteligência Artificial chegou a locais nunca antes habitados.
Imprensa, população, pesquisadores e mercado estão tentando entender de que forma o mercado de trabalho, as universidades e o ser humano vai lidar com essa tecnologia. Apesar de toda repercussão, na prática, a IA ainda não é tão realidade assim.
Quem mostrou isso foi a pesquisa TIC Empresas, realizada pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br), e que revelou que apenas 13% das empresas adotaram a tecnologia, com destaque para grandes corporações, que nesse universo representaram 39%.
Mas, o que falta para que a IA passe a fazer parte do dia a dia de empresas? Para Marcel Nobre, CEO da BetaLab, edtech que realiza treinamentos em realidade virtual, aumentada e oferece IA para criar trilhas individualizadas de aprendizagem, muitas empresas ainda querem inovar, mas têm receio de apostar.
“As empresas querem inovar, mas às vezes não conseguem enxergar maneiras de colocar isso em prática, e acabam ficando presas a paradigmas antigos. Até porque o uso de IA ainda está muito relacionado ao conceito de aplicativo, chatbot, e essas coisas que estão longe da rotina do colaborador. Quando você insere isso num contexto de treinamento, por exemplo, você cria uma cultura de inovação maior, pois as pessoas a veem atuando a seu favor”, conta ele.
Além disso, a IA pode resolver gaps de cultura corporativa que são absorvidas pelos departamentos de Treinamento & Desenvolvimento (T&D) ou de RH, como é o caso da fase de onboarding de novos colaboradores, por exemplo. “Imagina a possibilidade de criar uma ferramenta como o ChatGPT que traz todas as informações que você precisa sobre uma empresa.
Das questões mais básicas, como por exemplo o caminho para solicitar compra de material de escritório, até mais complexas, como tirar dúvidas de compliance ou de códigos de conduta”, exemplifica Marcel.
E o uso de IA na área de T&D ainda pode trazer aquilo que toda empresa busca: engajamento dos colaboradores. Isso porque, ao oferecer treinamentos construídos com algoritmos, é possível tornar cada vez mais individualizado e imersivo o processo de aprendizagem corporativa.
“Estamos trabalhando em uma inteligência artificial desenvolvida com foco na aprendizagem adaptativa, e que reduz drasticamente o custo com treinamentos corporativos. Ou seja, no lugar de treinar muitas pessoas com um só conteúdo, vamos criar conteúdos adaptados para cada colaborador, e isso é algo interessante e que a IA pode oferecer.
Na plataforma que estamos desenvolvendo, assim como em qualquer outro streaming, o colaborador vai clicando em conteúdos que mais interessam e a inteligência artificial vai construindo uma trilha ultrapersonalizada, criada de acordo com o interesse e/ou necessidade de cada um”, explica Nobre.
A possibilidade de realizar treinamentos em formato de game ou até mesmo no metaverso também vêm atraindo atenção de empresas que apostam na inovação.
Propor uma simulação de vendas, um atendimento a um cliente com uma persona definida, situações que envolvam inteligência emocional, são algumas das várias maneiras de oferecer um processo de imersão próximo à realidade, que aumentam não só o aprendizado, mas também o envolvimento do colaborador, uma vez que isso traz uma experiência única, inovadora.
“É um caminho sem volta. Fazer um treinamento utilizando essas ferramentas pode ser transformador”, finaliza Marcel. – Fonte e outras informações, acesse: (https://betalab.com.br/).