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Happytalismo: uma nova perspectiva de felicidade no trabalho

em Destaques
sexta-feira, 22 de novembro de 2024

David Braga (*)

Em um mundo em que o sucesso é muitas vezes medido pela quantidade de zeros no salário ou pelo prestígio de um cargo, a busca por felicidade no trabalho pode parecer uma utopia.

O conceito de Happytalismo, criado pelo sociólogo espanhol Luis Gallardo, presidente da World Happiness Foundation, propõe uma visão inovadora: é possível, sim, ser feliz no trabalho e viver uma vida plena e sustentável. O termo surgiu a partir da ideia de que, mais do que riqueza e status, o bem-estar e a felicidade pessoal são essenciais para uma carreira significativa e para o verdadeiro sucesso.

O Happytalismo é um conceito inovador que redefine o propósito e o papel do ser humano, em contraste com o capitalismo tradicional. É uma filosofia que incentiva empresas e profissionais a dar mais atenção às emoções e ao bem-estar no ambiente de trabalho.

Afinal, uma vida feliz e sustentável começa com a capacidade de olhar para dentro, silenciar a mente e se reconectar com o que realmente importa, praticando autocompaixão e reconhecendo a própria força em meio aos desafios da vida, não é mesmo?

Em um cenário corporativo cada vez mais competitivo, o Happytalismo busca equilibrar as expectativas de sucesso com a saúde emocional dos indivíduos. Essa abordagem incentiva a criação de ambientes de trabalho nos quais as pessoas se sintam valorizadas e engajadas, promovendo uma atmosfera de confiança e respeito.

Ao se comprometer com o “Happytalismo”, as empresas podem não apenas melhorar a satisfação dos colaboradores, mas também aumentar a produtividade, a inovação e a retenção de talentos. Muitas pessoas escolhem suas carreiras com base no retorno financeiro, enquanto outras seguem sua vocação. No entanto, independentemente do caminho, o que todos almejam é a felicidade.

Assim, ao criar uma cultura de felicidade no trabalho, as empresas fortalecem o vínculo com os colaboradores, promovendo um ambiente mais humano e acolhedor. Isso não só melhora a produtividade, mas estimula o engajamento e a lealdade, fatores que contribuem para o sucesso a longo prazo.

Para alcançar a felicidade, é essencial que cada indivíduo tenha um compromisso com seu próprio bem-estar. Isso exige um processo de autoconhecimento, no qual o profissional identifica o que realmente lhe traz realização e propósito. A partir dessa introspecção, é possível silenciar as influências externas e se reconectar com a própria essência, praticando a autocompaixão e reconhecendo o valor das experiências vividas.

Esse processo envolve aceitar que a vida é feita de altos e baixos e que o crescimento pessoal vem da superação dos desafios. Você que me lê, sente que é feliz na sua atividade profissional? Se sente empolgado e possui brilho nos olhos? Ou a cada manhã vive um sofrimento para encarar a realidade que o aguarda na empresa? A felicidade profissional geralmente determina o nível de entrega de seus resultados.

É importante incentivar os profissionais a abraçarem suas vulnerabilidades e a enxergarem o aprendizado que cada situação oferece, seja um projeto difícil, um feedback desafiador ou uma mudança de planos. Ao adotar essa mentalidade, o indivíduo se torna protagonista da própria carreira, reconhecendo a sua resiliência e desenvolvendo uma visão mais positiva e equilibrada da vida.

Por isso, as empresas precisam adotar uma cultura de respeito, transparência e apoio mútuo. É essencial que a liderança esteja alinhada com esses valores e incentive a criação de políticas que promovam o bem-estar. Isso inclui desde oferecer feedbacks construtivos e respeitosos até proporcionar oportunidades de crescimento e desenvolvimento contínuo.

Quando os profissionais se sentem acolhidos e valorizados, é mais provável que eles deem o seu melhor, contribuindo para o sucesso da empresa.

Ao criar uma cultura que prioriza a felicidade e o bem-estar, a organização não só melhora sua imagem como empregadora, mas também se torna mais resiliente e inovadora, capaz de enfrentar os desafios do mercado de forma mais eficiente.

(*) – É presidente da World Happiness Foundation (https://worldhappiness.foundation/).