O interesse dos investidores no Brasil está bastante forte e deverá continuar dessa forma nos próximos seis a 12 meses, disse o diretor executivo responsável por Corporate e de Banco de Investimento do Itaú BBA, Christian Egan.
Segundo ele, das fusões e aquisições (M&A, na sigla e inglês) cerca de 50% das operações foram “cross border”, ou seja, com estrangeiros investindo no Brasil.
“Apesar da situação econômica e os desafios no Brasil, o capital estrangeiro está vendo oportunidades no País”, disse o diretor ontem (22), em almoço com a imprensa. O executivo afirmou ainda que os investidores estão aproveitando eventos de liquidez no mercado para recompor seus portfólios. O Itaú BBA espera que o segundo semestre seja ativo para o mercado de renda variável, estimando de R$ 5 bilhões a R$ 10 bilhões em operações de oferta pública inicial (IPO, na sigla em inglês) e ofertas subsequentes (follow on) com participação da instituição.
“Fomos surpreendidos com fluxo de investidores estrangeiros para mercados emergentes superior ao esperado”, disse Egan. Segundo ele, o mercado vai surpreender nos próximos seis a 12 meses, com empresas mais preparadas para utilizar o mercado de ações, assim como os estrangeiros entendendo ser esta uma opção para investimento. Egan citou ainda que algumas companhias, tendo em vista o alto custo e baixa oferta de recursos no mercado de dívida, buscarão substituir esse funding pela bolsa.
O diretor espera que essa melhora no mercado de equity somada à atividade no mercado de fusões e aquisições se reflita nas receitas com fee (taxa) do banco. “De maio para frente vimos boa melhora em fee em junho e julho, e acreditamos que o Pipeline (carteira) no próximos quatro a 12 meses será saudável e estamos projetando uma melhora em relação a 2015”, destacou (AE).