O governo federal aproveitou a realização do Fórum Econômico Mundial em São Paulo para lançar um programa de modernização do parque industrial brasileiro que prevê linhas especiais de crédito que somam R$ 9,1 bilhões e a isenção do imposto de importação de robôs para incentivar a adoção das novas tecnologias de manufatura.
O objetivo é que, até 2020, 18% da indústria nacional já tenha atualizado suas linhas de produção com base nas tecnologias avançadas da chamada Quarta Revolução Industrial, também conhecida como Indústria 4.0.
A maior parte do crédito – R$ 5 bilhões em três anos – será desembolsada pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), já com juros mais baixos em razão do corte, de 1,7% para 0,9% ao ano, da taxa de remuneração do banco na modalidade. Outros R$ 3 bilhões e R$ 1,1 bilhão sairão de linhas da Finep e do Banco da Amazônia (Basa), respectivamente.
“Não são os bilhões que resolvem, mas sim a acessibilidade, e o BNDES está voltado a ser uma plataforma acessível aos pequenos empresários”, comentou o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro, durante coletiva dada no Fórum Econômico Mundial, realizado na zona sul da capital paulista.
Rabello ponderou, porém, que políticas de incentivo setorial não serão suficientes sem medidas de simplificação tributária e de desburocratização da economia. O programa é resultado de um debate liderado pelo Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC) com o setor produtivo nos últimos nove meses.
“Estamos lançando uma política preocupados com a cadeia global de valor. Estamos num novo tempo para a indústria nacional. Temos como estimular, seja com tarifas zero na importação de robôs, seja com financiamento a taxas reduzidas”, comentou o ministro interino da Indústria, Marcos Jorge (AE).