A 60ª fase da Lava Jato, deflagrada na manhã de ontem (19) pela Polícia Federal de Curitiba, prendeu Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto, apontado como operador de esquemas envolvendo o PSDB em São Paulo.
A operação recebeu o nome de Ad Infinitum e investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticado pela Odebrecht e por ‘Paulo Preto’ e outros três operadores, que atuaram entre 2007 e 2017.
Segundo o MPF, as transações investigadas superam R$ 130 milhões, que correspondiam ao saldo de contas controladas por Paulo Preto na Suíça no início de 2017. As investigações da força-tarefa da Lava Jato no Paraná revelaram a atuação dele como operador financeiro com importante papel num complexo conjunto de operações de lavagem de dinheiro em favor da empreiteira Odebrecht.
Ele teria disponibilizado, no segundo semestre de 2010, R$ 100 milhões em espécie para um operador no Brasil, que teria entregue os valores ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, aos cuidados de um doleiro. Esse doleiro pagava propinas, a mando da empresa, a vários agentes públicos e políticos, inclusive da Petrobras. As propinas foram pagas pela empreiteira, em espécie, para seis diretores e gerentes da Petrobras.
“Parte das peças desse grande quebra-cabeça foi obtida pelo MPF a partir de acordos de leniência e de colaboração premiada, cooperações internacionais com quatro países, análise e relacionamento de provas obtidas em buscas e apreensões de fases anteriores da Lava Jato e afastamentos de sigilos fiscal e bancário”, disse o procurador da República Roberson Pozzobon.