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Finanças: cinco dicas para a compra da casa própria

em Destaques
terça-feira, 11 de agosto de 2020

Carol Stange (*)

A Pesquisa do Mercado Imobiliário do Secovi-SP (Sindicato da Habitação) apurou em junho, a comercialização de 2.984 unidades residenciais novas na cidade de São Paulo. O resultado foi 24,1% maior que o mês anterior (2.405 unidades), e 56,0% abaixo das vendas de junho de 2019 (6.789 unidades). No acumulado de 12 meses (julho de 2019 a junho de 2020), as 46.480 unidades comercializadas representaram um aumento de 23,7% em relação ao período anterior (julho de 2018 a junho 2019), quando foram negociadas 37.569 unidades.

Os números acima comprovam que, mesmo em períodos de instabilidade da economia, sair do aluguel e realizar o sonho da casa própria, em muitos casos, não é adiado. A especialista em finanças pessoais, Carol Stange, afirma que é preciso conhecer suas despesas reais e entender as formas de financiamentos oferecidas pelo mercado.

Confira cinco dicas para o seu planejamento:

  1. Conheça seus números – Prepare o orçamento. Priorize a quitação de dívidas e pendências financeiras e tenha identifique sua capacidade de poupança mensal. Esses são os pontos principais para que você comece a colocar o seu sonho em prática com o “pé direito”. Uma boa dica é aproveitar o momento para observar o padrão de consumo familiar e readequar hábitos financeiros que estejam exagerados ou sem o devido controle. Quanto mais conhecimento sobre seus números você tiver, mais fácil se tornará a realização desse sonho.
  2. Comece a economizar – Reduzir as despesas é um ponto relevante em todo planejamento e readequar os gastos ou eliminá-los (nem que seja por um período de tempo específico) pode significar chegar mais cedo à realização do objetivo do imóvel próprio. Sempre há alternativas mais econômicas para nossa rotina, como substituir a ida ao trabalho de carro pelo metrô, ônibus ou carona, ou negociar home office em alguns dias específicos da semana. Você pode gostar de: Precisando fazer sobrar dinheiro? Dicas práticas.
  3. Guarde dinheiro – Aqui um ponto de atenção que passa facilmente despercebido: economizar e poupar são coisas diferentes. Se economizar refere-se a cortar e reduzir gastos, poupar significa que vamos destinar o dinheiro economizado para um objetivo em específico, nesse caso, a compra de um imóvel (aliás, definir um objetivo para o dinheiro economizado é o principal motor para a realização de qualquer plano).

Com o dinheiro poupado, é interessante pesquisar por investimentos que reflitam o perfil de investidor e o prazo para o qual está planejado usar esses recursos. Importante saber que, quanto maior a entrada financeira, maior o poder de negociação e menos juros serão pagos ao optar por um financiamento.

  1. Projete eventos futuros – Se a compra do imóvel reflete, por exemplo, o desejo de aumentar a família, é preciso também incluir esse evento no planejamento financeiro. Identifique “quanto” do orçamento mensal será comprometido com esse evento. Pense também no caso de uma demissão inesperada, que deve constar no planejamento. Mesmo que o objetivo principal seja a compra de um imóvel, a construção da Reserva Financeira tem um papel insubstituível.
  2. Escolha a melhor forma de pagamento do seu imóvel – A Caixa disponibiliza 3 modalidades para financiamento imobiliário: o Sistema de Amortização SAC, o Crédito Imobiliário com IPCA e o Crédito Imobiliário com Taxa de Juros Fixa. Em contratos com sistema de amortização SAC, o valor da prestação que utiliza a TR como indexador ou a taxa pré-fixada, diminui com o passar do tempo, enquanto nos contratos que usam o IPCA, o valor da prestação aumenta porque sofre a mesma correção do IPCA aplicada ao saldo. Já o Crédito com Taxa de Juros Fixa, é justamente isso, as prestações são iguais do início ao fim do contrato.
  • Financiamento bancário comum – É preciso muita pesquisa e análise ao optar por um financiamento bancário, pois cada instituição financeira, apesar de precisar cumprir com determinadas regulamentações do Banco Central, é livre para oferecer condições específicas e únicas para seus clientes.Fazer cotações em diversos bancos e comparar todos os pontos positivos e negativos das propostas é a melhor ideia.
  • Consórcio de imóveis – O consórcio funciona como um grupo de pessoas que se unem em prol de um mesmo interesse – nesse caso, adquirir um imóvel.É cobrada dos participantes do grupo uma taxa de administração embutida nas parcelas e, a cada mês, um integrante do grupo é contemplado com uma carta de crédito — documento que é repassado ao consorciado para a aquisição do imóvel.

Até o final do consórcio, todos os participantes serão contemplados e, se houver o desejo de antecipar a contemplação, é possível dar lances, que idealmente devem ser de 30% a 50% do valor total da carta de crédito.Quando comparado ao financiamento tradicional, uma vantagem desse modelo é o pagamento das mensalidades sem a cobrança de juros.

Por outro lado, na impossibilidade de fazer lances altos, será preciso esperar até a contemplação, que pode acontecer no final do plano (que costuma ultrapassar 10 anos).

  • Utilização do FGTS – O saldo da conta do FGTS, que é aquela reserva formada a partir de depósitos mensais que o empregador deve fazer em uma conta bancária na Caixa Econômica Federal em nome do empregado, pode ser destinado para pagamento da casa própria.Sua utilização contempla a compra de um imóvel residencial, a amortização ou liquidação do saldo devedor, ou o pagamento de parte do valor das prestações. O FGTS também pode ser utilizado para ofertar os lances no Consórcio Imobiliário ou até mesmo para complementar o valor da carta de crédito
  • Financiamento direto com a construtora – Se o imóvel desejado ainda está na planta, o financiamento realizado diretamente com a construtora pode ser uma boa alternativa, já que as construtoras precisam movimentar seu caixa e vender os empreendimentos o mais rápido possível. É possível encontrar diversas facilidades nas formas de entrada e de pagamento, e até adicionais como itens de acabamento e decoração. Aqui, a negociação é no “modelo antigo”: vale pedir, argumentar e barganhar.

(*) – Formada em administração de empresas pela PUC/PR, cursou MBA em Gestão Empresarial pela UEL/MEB e MBA em marketing pela PUC/SP. Colunista sobre finanças pessoais, atua como consultora de economia doméstica no programa ‘Mulheres’ da TV Gazeta (https://carolstange.com.br).